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Venezuelanos são orientados a escrever a Obama, diz oposição

O partido Vontade Popular denunciou que as escolas públicas estão pedindo a seus estudantes que assinem cartas exigindo a revogação do decreto de sanções

Opositores do governo do presidente Nicolas Maduro gritam lemas durante uma manifestação em Caracas, Venezuela (Federico Parra/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de março de 2015 às 20h27.

Caracas - O partido venezuelano Vontade Popular (VP), do opositor Leopoldo López, denunciou neste sábado que as escolas públicas do país estão pedindo a seus estudantes que assinem cartas dirigidas ao presidente dos Estados Unidos , Barack Obama, exigindo a revogação do decreto de sanções contra a Venezuela .

O coordenador do VP na cidade de Maturín, no leste do país, Reinaldo Narváez, afirmou que o Ministério da Educação da Venezuela enviou uma "ordem" na qual "solicita aos professores que orientem os estudantes a escrever cartas para o presidente dos EUA com o tema das sanções impostas a funcionários venezuelanos e solicitando a não intervenção do país".

Narváez, cujas declarações foram divulgadas através de um comunicado do VP, opinou que "envolver crianças em temas de índole política atenta contra sua segurança e a estabilidade emocional".

Segundo Narváez a suposta ordem entregue às escolas dessa cidade, e da qual não ofereceu detalhes, vai contra a legislação venezuelana de proteção aos menores de idade e que estabelece que "todas as crianças e adolescentes têm direito à liberdade de pensamento, consciência e religião".

"Rejeitamos esse pedido, e com base no que estabelece a legislação, lembramos aos pais que a criação de nossos filhos corresponde somente a nós, e não ao narco-Estado, portanto, a decisão de como criar seus filhos depende só de vocês", disse Narváez no texto.

Fundado por López, o político opositor preso há mais de um ano por sua suposta relação com a violência nos protestos antigovernamentais de 2014, o VP é um dos partidos mais críticos do governo venezuelano.

Na última quinta-feira, o governo do país sul-americano iniciou uma campanha mundial com o lema "Obama revogue o decreto já", na qual pede ao presidente americano o fim da medida aprovada no início deste mês e pela qual declarou uma "emergência nacional" devido à "ameaça incomum e extraordinária" que a Venezuela representa para os Estados Unidos.

A campanha tem como objetivo recolher 10 milhões de assinaturas em diferentes pontos da Venezuela, assim como através do site http://www.obamaderogaeldecretoya.org.ve contra um decreto qualificado pelo líder venezuelano, Nicolás Maduro, como "o passo mais agressivo, injusto e nefasto que jamais foi dado contra a Venezuela".

Maduro estima que esse número de assinaturas será alcançado antes de se encontrar com Obama durante a Cúpula da Américas, que acontecerá no Panamá, nos dias 10 e 11 de abril.

Até o momento, não há números oficiais do total de assinaturas recolhidas nos pontos estabelecidos. Já o site registrava até às 17h30 locais de hoje (19h de Brasília) mais de 31.200 assinaturas.

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O coordenador do VP na cidade de Maturín, no leste do país, Reinaldo Narváez, afirmou que o Ministério da Educação da Venezuela enviou uma "ordem" na qual "solicita aos professores que orientem os estudantes a escrever cartas para o presidente dos EUA com o tema das sanções impostas a funcionários venezuelanos e solicitando a não intervenção do país".

Narváez, cujas declarações foram divulgadas através de um comunicado do VP, opinou que "envolver crianças em temas de índole política atenta contra sua segurança e a estabilidade emocional".

Segundo Narváez a suposta ordem entregue às escolas dessa cidade, e da qual não ofereceu detalhes, vai contra a legislação venezuelana de proteção aos menores de idade e que estabelece que "todas as crianças e adolescentes têm direito à liberdade de pensamento, consciência e religião".

"Rejeitamos esse pedido, e com base no que estabelece a legislação, lembramos aos pais que a criação de nossos filhos corresponde somente a nós, e não ao narco-Estado, portanto, a decisão de como criar seus filhos depende só de vocês", disse Narváez no texto.

Fundado por López, o político opositor preso há mais de um ano por sua suposta relação com a violência nos protestos antigovernamentais de 2014, o VP é um dos partidos mais críticos do governo venezuelano.

Na última quinta-feira, o governo do país sul-americano iniciou uma campanha mundial com o lema "Obama revogue o decreto já", na qual pede ao presidente americano o fim da medida aprovada no início deste mês e pela qual declarou uma "emergência nacional" devido à "ameaça incomum e extraordinária" que a Venezuela representa para os Estados Unidos.

A campanha tem como objetivo recolher 10 milhões de assinaturas em diferentes pontos da Venezuela, assim como através do site http://www.obamaderogaeldecretoya.org.ve contra um decreto qualificado pelo líder venezuelano, Nicolás Maduro, como "o passo mais agressivo, injusto e nefasto que jamais foi dado contra a Venezuela".

Maduro estima que esse número de assinaturas será alcançado antes de se encontrar com Obama durante a Cúpula da Américas, que acontecerá no Panamá, nos dias 10 e 11 de abril.

Até o momento, não há números oficiais do total de assinaturas recolhidas nos pontos estabelecidos. Já o site registrava até às 17h30 locais de hoje (19h de Brasília) mais de 31.200 assinaturas.

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