Venezuela criará regulamentação contra anonimato na internet
O funcionário considerou que por trás de cada conta ou perfil na internet deve haver uma pessoa autenticada, independentemente da plataforma
EFE
Publicado em 12 de junho de 2017 às 22h05.
Caracas - A Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel) da Venezuela informou nesta segunda-feira que está trabalhando em um regulamento para eliminar o anonimato nas redes sociais, em meio aos rumores e informações que são divulgados através da internet enquanto o país vive uma onda de protestos.
"O primeiro que devemos eliminar (...) é o anonimato da internet e as redes sociais, o mais breve e urgente possível", disse o diretor-geral da Conatel, Andrés Eloy Méndez, em entrevista à emissora privada "Unión Radio".
Sobre essa base, Méndez adiantou que uma equipe de investigação, com colaboração internacional, está "estudando, analisando e trabalhando" para estabelecer um "mecanismo regulamentar".
O funcionário considerou que por trás de cada conta ou perfil na internet deve haver uma pessoa autenticada, independentemente da plataforma utilizada, a quem possa ser atribuída a autoria dessa conta.
"O anonimato não pode continuar nas redes sociais. A senhora pode dizer o que quiser, mas tem que ser responsável por isso e não pode fazê-lo anonimamente", ressaltou.
Na última sexta-feira, uma delegação de estudantes de várias universidades da Venezuela entregou um documento à Conatel para que acabe a "censura" aos meios de comunicação e a "perseguição" que, asseguram, os jornalistas sofrem no país.
Os estudantes alegaram que este organismo serve de "instrumento politico para cercear a liberdade de expressão na Venezuela".
Nesse sentido, Méndez assegurou que no país "não há nenhum tipo de censura", mas argumentou que as informações publicadas na internet devem "atender à legalidade".
"Você não pode ter uma página na internet, colocar um nome anônimo e, então, mandar a assassinar o vizinho (...) ou mandar descarregar a raiva, como alguns fazem, então depois há mortes", acrescentou.
O diretor da Conatel também informou que a comissão de telecomunicações, em conjunto com a companhia telefônica venezuelana Cantv, executa um projeto para expandir a banda larga no país.
A onda de protestos que há 73 dias sacode o país provocou alguns fatos violentos que causaram 67 mortes e deixaram mais de mil feridos, segundo dados da Procuradoria.