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Amazônia responde de formas diferentes ao clima quente

Florestas pouco mexidas são bem tolerantes à seca sazonal na região amazônica, indica estudo feito por pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos

Segundo pesquisadores, clima seco tem efeitos diferenciados nas florestas tropicais. (.)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h48.

São Paulo - Pesquisas recentes sobre o impacto das secas na região amazônica têm chegado a resultados contraditórios sobre como as florestas tropicais reagem a um clima mais quente e mais seco.

Um novo estudo, feito por cientistas do Brasil e dos Estados Unidos, examina a resposta da Amazônia a variações nas condições climáticas, especificamente considerando como essas mudanças podem influenciar a produtividade da floresta.

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Os resultados fornecem um possível contexto para explicar por que estudos anteriores obtiveram conclusões diferentes. A pesquisa - feita por cientistas do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), da Universidade da Flórida em Gainesville e do Centro de Pesquisa Woods Hole - foi publicada no site da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

"A pesquisa se baseia em estudos de campo e de sensoriamento remoto para demonstrar que florestas relativamente não mexidas são bem tolerantes à seca sazonal, diferentemente do que ocorre em outros tipos de vegetação e em florestas gravemente modificadas", disse Paulo Brando, do Impa, autor principal do artigo.

"Nosso estudo também aponta diversos mecanismos potenciais de controle das oscilações sazonais e interanuais na produtividade da vegetação pela bacia amazônica. Até agora, discussões sobre esses mecanismos não têm ocorrido no debate científico a respeito de como a Floresta Amazônica responde às mudanças climáticas globais", destacou.

Os pesquisadores usaram dados das estações secas no período entre 2000 e 2008, obtidos pelo Índice de Vegetação Avançada do Modis, equipamento de produção de imagens instalado nos satélites Acqua e Terra. As informações foram integradas com dados climáticos de 1996 a 2005, registrados por 280 estações meteorológicas.

Relações estatísticas entre os índices de vegetação e diversas variáveis também foram analisados para toda a bacia do Rio Amazonas e para uma área bastante estudada no Rio Tapajós.

Como as mudanças climáticas globais poderão fazer com que as secas se tornem tanto mais frequentes como mais intensas na Amazônia, o estudo reforça a importância das estratégias de conservação na região.

Mas os autores ressaltam que o estudo demonstra que a resposta da floresta à seca é muito complexo e que mais trabalhos de pesquisa são necessários para examinar as respostas da Floresta Amazônica à seca e como essas respostas serão expressas no futuro.

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