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Urso da Era do Gelo é descoberto na Sibéria -- animal viveu há 22 mil anos

Animal, encontrado por pastores de renas, está quase intacto. Os cientistas acreditam que será possível analisar até o conteúdo de seu estômago

Urso-das-cavernas descoberto na Rússia: até o conteúdo do seu estômago foi preservado (divulgação/Divulgação)
CA

Carla Aranha

Publicado em 19 de setembro de 2020 às 17h10.

Cientistas da Universidade Federal do Nordeste em Yakutsk, na Rússia , anunciaram nesta sexta, dia 16, uma descoberta importante. Os palenteologistas encontraram um urso da Era do Gelo em uma caverna na ilha de Bolshyoy Lyakhovsky, na Sibéria.

"Trata-se um achado incrível porque tanto o esqueleto como os tecidos estão bem preservados, o que é raríssimo para um animal que viveu há tanto tempo", diz a paleontologista russa Lena Grigorieva. "Até o nariz e os dentes estão em ótimo estado, o que torna a descoberta de grande importância para o mundo todo".

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Pastores de renas descobriram a carcaça do urso e comunicaram imediatamente a Universidade Federal do Nordeste, que é especializada no estudo de animais da Era Glacial. O animal, que viveu entre 22.000 e 39.000 anos atrás, estava envolto em uma camada de gelo.

A análise do material genético do urso pode abrir portas para novas descobertas sobre o ecossistema da Era do Gelo, incluindo características da flora e das espécies de animais do local. Por meio de estudos do conteúdo do estômago do animal, por exemplo, será possível saber do que ele se alimentava -- um mamífero de seu porte e origem poderia comer plantas ou carnes, ou ambos.

Os cientistas também poderão conhecer mais detalhes sobre a evolução da espécie através da análise do DNA, o que não seria possível se o urso não estivesse tão bem preservado.

A equipe de cientistas que examinou o urso concluiu que se trata de um representante de uma espécie extinta. O urso-das-cavernas, como é conhecido, pesava até 700 quilos. O animal viveu ao mesmo tempo que os mamutes, antepassados dos elefantes, e os tigres-dente-de-sabre.

O motivo que levou à sua descoberta, no entanto, não é dos melhores. Nos últimos anos, as mudanças climáticas têm provocado um aquecimento nas regiões geladas da Terra. Na Sibéria, onde viveram boa partes dos animais glaciaias, a camada de gelo começou a derreter. Os cientistas locais vêm descobrindo restos de um mamutes e lobos de mais de 40.000 anos. Nenhum, entretanto, tão bem preservado como o urso-das-cavernas.

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