Exame Logo

Cumprir meta de Copenhague exige reduzir emissões em mais de 8%

Cientistas alertam que redução deverá ser alcançada até 2020 para o acordo ser cumprido

A Conferência de Copenhague estabeleceu as metas para o combate ao aquecimento global (Axel Schmidt/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2011 às 16h31.

Paris - O cumprimento da meta de restrição da elevação da temperatura, estabelecida no Acordo de Copenhague, em 2009, exigirá uma redução nas emissões de carbono em mais de 8% até 2020 em comparação com os níveis de 2010, e depois aumentar esta redução, alertam cientistas.

Em dezembro de 2009, líderes mundiais salvaram do fiasco a Conferência do Clima das Nações Unidas, realizada na capital dinamarquesa, ao fixar a meta de limitar o aquecimento no planeta a 2º Celsius acima dos níveis pré-industriais.

O chamado Acordo de Copenhague não previa um prazo para alcançar este objetivo e os compromissos nacionais de cortes de emissões para torná-lo possível eram voluntários.

Em um artigo publicado este domingo na revista científica Nature Climate Change, cientistas liderados por Joeri Rogelj, do Instituto de Ciência Climática e Atmosférica de Zurique, na Suíça, revisaram modelos de computador tendo como base a meta dos 2ºC.

Nos cenários que consideraram uma "probabilidade" acima de 66% de que a temperatura na Terra se mantenha abaixo dos 2ºC, as emissões globais teriam seu pico entre 2010 e 2020.

Em 2020, as emissões anuais teriam que ser de 44 bilhões de toneladas (ou gigatoneladas) de dióxido de carbono ou carbono equivalente (CO2e) ao ano.

Este volume representaria uma redução de 8,5% com relação a 2010, quando as emissões globais foram de 48 gigatoneladas. As emissões teriam que continuar caindo depois disso.

"Se os mecanismos necessários para possibilitar um pico precoce das emissões globais, seguido de reduções intensas não forem implantados, há um risco significativo de que a meta dos 2ºC não seja alcançada", alertaram os estudiosos.


O carbono equivalente (CO2e) é uma medida empregada para mensurar as emissões de todos os gases de efeito estufa, que variam do dióxido de carbono - liberado na queima de combustíveis fósseis - ao metano, liberado no desmatamento e em processos agrícolas, por exemplo.

Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), em 2010 as emissões exclusivas de CO2 foram as maiores da história, subindo fortemente após uma queda brusca em 2009, atribuída à crise financeira internacional.

O Acordo de Copenhague, esboçado por um pequeno grupo de líderes mundiais, salvou no último minuto a conferência climática de um fracasso considerado certo por especialistas.

O documento não conseguiu o endosso dos 194 países membros da Convenção-quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (UNFCCC), e recebeu críticas por ser considerado antidemocrático, enquanto grupos ambientalistas afirmaram que sua abordagem voluntária não produziria os cortes de carbono necessários.

Por outro lado, os cientistas se mantêm cautelosos quanto à meta de 2ºC, afirmando que não é garantia de segurança.

Muitos dizem que já se percebem mudanças perceptíveis na neve e na cobertura de gelo, no hábitat e nos padrões reprodutivos de espécies migratórias por causa de um aquecimento já observável, de aproximadamente 1ºC desde 1900.

Veja também

Paris - O cumprimento da meta de restrição da elevação da temperatura, estabelecida no Acordo de Copenhague, em 2009, exigirá uma redução nas emissões de carbono em mais de 8% até 2020 em comparação com os níveis de 2010, e depois aumentar esta redução, alertam cientistas.

Em dezembro de 2009, líderes mundiais salvaram do fiasco a Conferência do Clima das Nações Unidas, realizada na capital dinamarquesa, ao fixar a meta de limitar o aquecimento no planeta a 2º Celsius acima dos níveis pré-industriais.

O chamado Acordo de Copenhague não previa um prazo para alcançar este objetivo e os compromissos nacionais de cortes de emissões para torná-lo possível eram voluntários.

Em um artigo publicado este domingo na revista científica Nature Climate Change, cientistas liderados por Joeri Rogelj, do Instituto de Ciência Climática e Atmosférica de Zurique, na Suíça, revisaram modelos de computador tendo como base a meta dos 2ºC.

Nos cenários que consideraram uma "probabilidade" acima de 66% de que a temperatura na Terra se mantenha abaixo dos 2ºC, as emissões globais teriam seu pico entre 2010 e 2020.

Em 2020, as emissões anuais teriam que ser de 44 bilhões de toneladas (ou gigatoneladas) de dióxido de carbono ou carbono equivalente (CO2e) ao ano.

Este volume representaria uma redução de 8,5% com relação a 2010, quando as emissões globais foram de 48 gigatoneladas. As emissões teriam que continuar caindo depois disso.

"Se os mecanismos necessários para possibilitar um pico precoce das emissões globais, seguido de reduções intensas não forem implantados, há um risco significativo de que a meta dos 2ºC não seja alcançada", alertaram os estudiosos.


O carbono equivalente (CO2e) é uma medida empregada para mensurar as emissões de todos os gases de efeito estufa, que variam do dióxido de carbono - liberado na queima de combustíveis fósseis - ao metano, liberado no desmatamento e em processos agrícolas, por exemplo.

Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), em 2010 as emissões exclusivas de CO2 foram as maiores da história, subindo fortemente após uma queda brusca em 2009, atribuída à crise financeira internacional.

O Acordo de Copenhague, esboçado por um pequeno grupo de líderes mundiais, salvou no último minuto a conferência climática de um fracasso considerado certo por especialistas.

O documento não conseguiu o endosso dos 194 países membros da Convenção-quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (UNFCCC), e recebeu críticas por ser considerado antidemocrático, enquanto grupos ambientalistas afirmaram que sua abordagem voluntária não produziria os cortes de carbono necessários.

Por outro lado, os cientistas se mantêm cautelosos quanto à meta de 2ºC, afirmando que não é garantia de segurança.

Muitos dizem que já se percebem mudanças perceptíveis na neve e na cobertura de gelo, no hábitat e nos padrões reprodutivos de espécies migratórias por causa de um aquecimento já observável, de aproximadamente 1ºC desde 1900.

Acompanhe tudo sobre:Aquecimento globalClimaDiplomaciaEmissões de CO2

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame