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Uma segunda chance para a paz

Depois de quatro anos de negociações e de um referendo não ratificado pela população, o presidente colombiano Juan Manuel Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) assinam hoje a segunda versão do acordo que sela a paz entre o governo e a guerrilha. O confronto já dura mais de 50 anos e deixou […]

FARC: depois de 4 anos de negociações uma guerra de 52 anos deve chegar ao fim, desta vez sem referendos / Mario Tama/Getty Images (Mario Tama/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2016 às 05h46.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h14.

Depois de quatro anos de negociações e de um referendo não ratificado pela população, o presidente colombiano Juan Manuel Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) assinam hoje a segunda versão do acordo que sela a paz entre o governo e a guerrilha. O confronto já dura mais de 50 anos e deixou pelo menos 250.000 mortos no país.

O acordo foi rejeitado pela população em um referendo marcado por uma vitória inesperada: dos 13 milhões de votos, o “não” venceu por uma margem de 54.000. Liderados pelo ex-presidente Alvaro Uribe e o partido Centro Democrático, os partidários do “não” exigiam restrições e sanções mais duras à guerrilha — o receio era que muitos crimes ficariam impunes.

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Depois de quatro anos de negociações e de um referendo não ratificado pela população, o presidente colombiano Juan Manuel Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) assinam hoje a segunda versão do acordo que sela a paz entre o governo e a guerrilha. O confronto já dura mais de 50 anos e deixou pelo menos 250.000 mortos no país.

O acordo foi rejeitado pela população em um referendo marcado por uma vitória inesperada: dos 13 milhões de votos, o “não” venceu por uma margem de 54.000. Liderados pelo ex-presidente Alvaro Uribe e o partido Centro Democrático, os partidários do “não” exigiam restrições e sanções mais duras à guerrilha — o receio era que muitos crimes ficariam impunes.

O governo e as Farc voltaram à mesa de negociação e incluíram algumas das reivindicações no novo tratado: 56 dos 57 artigos da paz foram modificados. Agora, as Farc devem declarar todos os seus ativos e entregá-los, para que sejam vendidos e o dinheiro revertido em reparações às vítimas da guerra. Além disso, foi estabelecido um prazo de 10 anos, prorrogável por mais 5, para o sistema jurídico que irá julgar os guerrilheiros, que também são esperados a conceder informações sobre tráfico de drogas no país.

A oposição já afirmou que as alterações são cosméticas e não irá apoiar o acordo quando ele for ao congresso. Não importa muito: outros partidos já afirmaram que irão dar suporte à paz e o Centro Democrático, que lidera o boicote, ocupa apenas 19 cadeiras das 166 da Câmara; no Senado são 20 de 102. Durante as conversas, Santos sempre disse que levaria a decisão para a população através do voto. Ele parece ter mudado de ideia: tanto o governo quanto as Farc rejeitaram a proposta de um novo referendo. Em um teatro de Bogotá, com uma cerimônia simples, Santos, que venceu o Nobel da paz este ano pelo acordo que não foi aprovado, deve levar a paz a cabo.

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