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Uma estratégia para o futuro

Ao adotar o conceito de sustentabilidade, a Suzano conseguiu expandir a produção e valorizar suas ações na Bovespa

Maciel, presidente da Suzano (--- [])
DR

Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h26.

A Suzano Papel e Celulose acaba de inaugurar a segunda fase de sua fábrica em Mucuri, na Bahia. Com a ampliação, a unidade aumentou sua capacidade de produção em quase 60%, alcançando 3,1 milhões de toneladas de celulose. Apesar da expansão brutal, a empresa vem conseguindo diminuir o impacto ambiental. Graças à introdução de processos mais eficientes de produção e de reúso da água, o consumo desse recurso caiu de 42 para 29 metros cúbicos por tonelada produzida de celulose. Hoje, a fábrica baiana é praticamente auto-suficiente em energia. Mucuri produz 97% do que consome, utilizando sobretudo fontes renováveis de energia, como o licor negro, resíduo tóxico resultante do cozimento da madeira. "Nosso propósito é estar entre as duas maiores e mais rentáveis empresas do setor no Brasil e, assim, poder atuar de modo competitivo e eficiente nos principais mercados internacionais", afirma Antônio Maciel Neto, presidente da empresa. "Para alcançar esse objetivo, precisamos estar apoiados no conceito de sustentabilidade."

Um dos maiores esforços da Suzano nesse sentido está relacionado ao processo de certificação de suas florestas. Desde dezembro de 2006, 100% dos 462 000 hectares de terra que a companhia possui espalhados pelos estados de São Paulo, Espírito Santo, Bahia, Minas Gerais e Maranhão têm certificação da Forest Stewardship Council (FSC), um programa de certificação florestal internacional independente. Aproximadamente 50% da área é ocupada por plantações de eucalipto, 40% por mata nativa (o dobro da área mínima exigida pela legislação brasileira) e 10% por infra-estrutura. No Brasil, somente mais duas empresas do setor de papel e celulose têm suas florestas 100% certificadas pela FSC -- a Klabin e a Compacel.

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A Suzano Papel e Celulose acaba de inaugurar a segunda fase de sua fábrica em Mucuri, na Bahia. Com a ampliação, a unidade aumentou sua capacidade de produção em quase 60%, alcançando 3,1 milhões de toneladas de celulose. Apesar da expansão brutal, a empresa vem conseguindo diminuir o impacto ambiental. Graças à introdução de processos mais eficientes de produção e de reúso da água, o consumo desse recurso caiu de 42 para 29 metros cúbicos por tonelada produzida de celulose. Hoje, a fábrica baiana é praticamente auto-suficiente em energia. Mucuri produz 97% do que consome, utilizando sobretudo fontes renováveis de energia, como o licor negro, resíduo tóxico resultante do cozimento da madeira. "Nosso propósito é estar entre as duas maiores e mais rentáveis empresas do setor no Brasil e, assim, poder atuar de modo competitivo e eficiente nos principais mercados internacionais", afirma Antônio Maciel Neto, presidente da empresa. "Para alcançar esse objetivo, precisamos estar apoiados no conceito de sustentabilidade."

Um dos maiores esforços da Suzano nesse sentido está relacionado ao processo de certificação de suas florestas. Desde dezembro de 2006, 100% dos 462 000 hectares de terra que a companhia possui espalhados pelos estados de São Paulo, Espírito Santo, Bahia, Minas Gerais e Maranhão têm certificação da Forest Stewardship Council (FSC), um programa de certificação florestal internacional independente. Aproximadamente 50% da área é ocupada por plantações de eucalipto, 40% por mata nativa (o dobro da área mínima exigida pela legislação brasileira) e 10% por infra-estrutura. No Brasil, somente mais duas empresas do setor de papel e celulose têm suas florestas 100% certificadas pela FSC -- a Klabin e a Compacel.

Em maio deste ano, a Suzano iniciou um projeto de financiamento e orientação à indústria gráfica para que essa etapa da cadeia produtiva também obtenha o selo de certificação da FSC. Com isso, embalagens de papel-cartão, livros, cadernos, revistas e cartões de visita, entre outros produtos finais, chegariam ao mercado certificados. De acordo com a Suzano, essa iniciativa trará inúmeros benefícios, como o acesso facilitado ao mercado mundial, a diferenciação da empresa e de seus produtos em relação aos concorrentes e maior credibilidade perante os consumidores. "Existe uma forte tendência de compra de produtos sustentáveis no exterior e no Brasil", diz Maciel. Ainda falta incluir nesse processo os cerca de 1 200 pequenos e médios produtores que ocupam 75 000 hectares e fornecem 25% da celulose da Suzano. O plano é incorporá-los ao projeto de certificação florestal a partir de 2008.

Postura cidadã
Ações como essas foram fundamentais para que a Suzano fosse incluída há dois anos no Índice de Sustentabilidade das Empresas (ISE), da Bovespa, que reúne as companhias de capital aberto com as melhores práticas sustentáveis. As integrantes desse grupo passaram de 28 empresas em 2006 para 34 neste ano e, juntas, têm um valor de mercado de 701 bilhões de reais -- 48,5% da capitalização total da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). "Fazer parte do ISE é um ótimo cartão de visita", diz Maciel. A Suzano participa do índice há dois anos. Nos últimos 18 meses, as ações da companhia valorizaram cerca de 120%. Um dos maiores desafios que a Suzano enfrenta atualmente para manter essa boa imagem é o relacionamento com ativistas e ONGs. Assim como outras empresas ligadas ao agronegócio, a Suzano tem vivido alguns conflitos com esses stakeholders. Recentemente, terras de propriedade da empresa na Bahia foram invadidas por integrantes do Movimento dos Sem-Teto. "Por sua postura cidadã e pelo valor das leis, a Suzano entende que, em casos de invasões, o poder público e as autoridades constituídas é que devem fazer valer os direitos de posse", afirma Maciel. "A liberação da área ocorreu sem incidentes."

Avaliação da empresa
Pontos fortes
- Há um sistema implementado de gestão de riscos corporativos que considera aspectos socioambientais de curto,médio e longo prazo.
- Há um canal para receber denúncias de assédio moral e sexual.
- Tem compromisso em relação à erradicação do trabalho infantil expresso no seu código de conduta e numa política corporativa específica.
Pontos fracos
- Adota critérios de desempenho ambiental na seleção ou no desenvolvimento de fornecedores de bens e serviços apenas para seus fornecedores críticos.
- Empresas que atuam no ramo do agronegócio são alvo de ativistas, ONGs, índios e quilombolas.
- Não tem meta de redução do consumo de energia elétrica nem programa sobre esse tema.
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