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UE recebe Nobel da Paz como incentivo para superar desafios

Em entrevista coletiva, líderes destacaram os valores da União

Apenas 13% dos britânicos pensam que um referendo não é necessário a médio prazo (Georges Gobet/AFP)
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Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2012 às 15h00.

Oslo - Os representantes das instituições comunitárias defenderam neste domingo o Nobel da Paz concedido à União Europeia (UE) e o tomaram como inspiração para superar as dificuldades econômicas que agora preocupam seus países-membros.

Em uma entrevista coletiva conjunta, realizada a menos de 24 horas antes da cerimônia de entrega do prêmio em Oslo, os presidentes do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy; da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, e da Eurocâmara, Martin Schulz, destacaram a vigência dos valores fundacionais da UE.

'Queremos que a União Europeia seja de novo um símbolo de esperança', afirmou Van Rompuy, que também não deixou de abordar a crise econômica que a eurozona atravessa.

'Nas últimas seis décadas, temos trabalho juntos para superar os problemas. Sairemos a tempo da recessão e mais fortes do que éramos antes', assegurou o político belga.

Barroso, por sua parte, declarou que os membros da UE criaram um sistema político 'único', que conduz os cidadãos europeus em direção a uma comunidade supranacional, na qual compartilham ideais e soberania.

'A importância da unidade' também foi defendida pelo político português, que, ao responder uma das perguntas dos jornalistas presentes, lembrou do papel da UE na guerra da Bósnia, nos anos 90, um dos episódios mais sombrios da história recente da Europa.

Sobre este tema, Barroso opinou que 'o bloco não desempenhou o papel que deveria ter tido porque havia divisão entre os países'. 'Convém tirar a lição que com uma União dividida é mais difícil projetar paz e estabilidade', completou.

Já o presidente da Eurocâmera, Martin Schulz, se mostrou orgulhoso de dar voz aos 500 milhões de cidadãos representados no Parlamento Europeu e também aproveitou para ressaltar 'a União Europeia como um projeto fascinante'.

O político alemão, no entanto, considerou que o prestigiado prêmio também é 'uma advertência' e orientou os cidadãos e governos não confiarem demasiadamente no sucesso do projeto europeu.

Schulz, que era livreiro antes de iniciar sua carreira política, fez uma menção ao escritor Thomas Mann, o mesmo que descreveu às três gerações de sua família como: 'os fundadores (avôs), os administradores (pais) e os que repartiram a herança (filhos)'.

'Neste caso, não podemos ser a última geração', refletiu o presidente da Eurocâmara.


Perguntados sobre qual livro lhes fizeram entender melhor o processo de paz na Europa, Schulz falou de 'A era dos extremos: o breve século XX: 1914 - 1919', de Eric Hobsbawn; Van Rompuy mencionou 'Guerra e Paz', de Leon Tolstói, e Barroso se referiu ao 'As Memórias de Jean Monet'.

O presidente do Conselho, como adorador da cultura japonesa, se despediu dos jornalistas com um haiku (poema breve) próprio e escrito especialmente para a ocasião: 'After war came peace fulfilling the oldest wish Nobel's dream come true' ('Após a guerra veio a paz, completando o mais velho desejo, o sonho do Nobel se fez realidade').

Nesta segunda-feira, a partir das 10h (de Brasília), os representantes das instituições europeias serão os encarregados de pronunciar o tradicional discurso do Nobel em nome da UE. A eles se unirão mais quatro jovens europeus, que foram escolhidos após vencerem um concurso organizado pela UE.

Na cerimônia de entrega do prêmio, 21 dos 27 líderes dos países-membros também estarão presentes, entre eles o chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy; o presidente da França, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel.

A União Europeia destinará os 930 mil euros da premiação do Nobel da Paz a projetos sociais voltados para crianças vítimas de guerras e conflitos.

A organização norueguesa 'No to EU' ('Não à UE') tem prevista hoje uma manifestação contra o Prêmio Nobel da Paz concedido à UE, o qual consideram como uma espécie de provocação.

Nesta manifestação, os presentes percorrerão um trajeto com tochas acesas até o centro de Oslo. O percurso em questão será finalizado em frente ao Parlamento norueguês. Segundo a organização, a ideia é ironizar a verdadeira marcha de tochas que será realizada na cidade amanhã para prestar uma homenagem aos premiados.

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Oslo - Os representantes das instituições comunitárias defenderam neste domingo o Nobel da Paz concedido à União Europeia (UE) e o tomaram como inspiração para superar as dificuldades econômicas que agora preocupam seus países-membros.

Em uma entrevista coletiva conjunta, realizada a menos de 24 horas antes da cerimônia de entrega do prêmio em Oslo, os presidentes do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy; da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, e da Eurocâmara, Martin Schulz, destacaram a vigência dos valores fundacionais da UE.

'Queremos que a União Europeia seja de novo um símbolo de esperança', afirmou Van Rompuy, que também não deixou de abordar a crise econômica que a eurozona atravessa.

'Nas últimas seis décadas, temos trabalho juntos para superar os problemas. Sairemos a tempo da recessão e mais fortes do que éramos antes', assegurou o político belga.

Barroso, por sua parte, declarou que os membros da UE criaram um sistema político 'único', que conduz os cidadãos europeus em direção a uma comunidade supranacional, na qual compartilham ideais e soberania.

'A importância da unidade' também foi defendida pelo político português, que, ao responder uma das perguntas dos jornalistas presentes, lembrou do papel da UE na guerra da Bósnia, nos anos 90, um dos episódios mais sombrios da história recente da Europa.

Sobre este tema, Barroso opinou que 'o bloco não desempenhou o papel que deveria ter tido porque havia divisão entre os países'. 'Convém tirar a lição que com uma União dividida é mais difícil projetar paz e estabilidade', completou.

Já o presidente da Eurocâmera, Martin Schulz, se mostrou orgulhoso de dar voz aos 500 milhões de cidadãos representados no Parlamento Europeu e também aproveitou para ressaltar 'a União Europeia como um projeto fascinante'.

O político alemão, no entanto, considerou que o prestigiado prêmio também é 'uma advertência' e orientou os cidadãos e governos não confiarem demasiadamente no sucesso do projeto europeu.

Schulz, que era livreiro antes de iniciar sua carreira política, fez uma menção ao escritor Thomas Mann, o mesmo que descreveu às três gerações de sua família como: 'os fundadores (avôs), os administradores (pais) e os que repartiram a herança (filhos)'.

'Neste caso, não podemos ser a última geração', refletiu o presidente da Eurocâmara.


Perguntados sobre qual livro lhes fizeram entender melhor o processo de paz na Europa, Schulz falou de 'A era dos extremos: o breve século XX: 1914 - 1919', de Eric Hobsbawn; Van Rompuy mencionou 'Guerra e Paz', de Leon Tolstói, e Barroso se referiu ao 'As Memórias de Jean Monet'.

O presidente do Conselho, como adorador da cultura japonesa, se despediu dos jornalistas com um haiku (poema breve) próprio e escrito especialmente para a ocasião: 'After war came peace fulfilling the oldest wish Nobel's dream come true' ('Após a guerra veio a paz, completando o mais velho desejo, o sonho do Nobel se fez realidade').

Nesta segunda-feira, a partir das 10h (de Brasília), os representantes das instituições europeias serão os encarregados de pronunciar o tradicional discurso do Nobel em nome da UE. A eles se unirão mais quatro jovens europeus, que foram escolhidos após vencerem um concurso organizado pela UE.

Na cerimônia de entrega do prêmio, 21 dos 27 líderes dos países-membros também estarão presentes, entre eles o chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy; o presidente da França, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel.

A União Europeia destinará os 930 mil euros da premiação do Nobel da Paz a projetos sociais voltados para crianças vítimas de guerras e conflitos.

A organização norueguesa 'No to EU' ('Não à UE') tem prevista hoje uma manifestação contra o Prêmio Nobel da Paz concedido à UE, o qual consideram como uma espécie de provocação.

Nesta manifestação, os presentes percorrerão um trajeto com tochas acesas até o centro de Oslo. O percurso em questão será finalizado em frente ao Parlamento norueguês. Segundo a organização, a ideia é ironizar a verdadeira marcha de tochas que será realizada na cidade amanhã para prestar uma homenagem aos premiados.

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