UE e Turquia se reúnem em cúpula focada na crise migratória
A cúpula acontecerá em um contexto de tensão internacional, poucos dias depois de a Turquia derrubar um caça-bombardeiro russo
Da Redação
Publicado em 27 de novembro de 2015 às 13h42.
Os líderes da União Europeia (UE) e Turquia se reunirão neste domingo em uma cúpula que deverá servir a Ancara para obter um novo impulso à sua adesão ao bloco e uma ajuda financeira de 3 bilhões de euros para deter a chegada de migrantes.
A cúpula acontecerá em um contexto de tensão internacional, poucos dias depois de a Turquia derrubar um caça-bombardeiro russo perto da fronteira com a Síria, de onde vem a grande maioria dos refugiados que chegam à Europa.
"Para a UE, a cúpula visa reduzir o fluxo de migrantes. Para os turcos, trata-se de dar um novo impulso ao processo de adesão" ao bloco, afirmou uma fonte envolvida nas negociações sobre o texto final.
O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, defenderá em Bruxelas a posição de Ancara, e não o presidente Recep Tayyip Erdogan.
"O que é complicado é que haverá, ao mesmo tempo, uma negociação entre europeus e uma com os turcos", indicou outra fonte europeia.
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, participará da cúpula convocada pelo presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.
A Alemanha, ansiosa em concluir um acordo com a Turquia, pressionou Tusk a convocar a cúpula, apesar da ameaça terrorista ainda presente na capital belga.
O objetivo é lançar a implementação do "plano de ação conjunto" negociado pela Comissão Europeia com Ancara, e que enumera uma série de compromissos, incluindo um controle das fronteiras com a UE.
A cúpula também ratificará a contribuição financeira da UE à Turquia, de 3 bilhões de euros, para ajudar Ancara a receber os refugiados em seu território.
Enquanto cerca de 700.000 imigrantes chegaram à Europa através da Turquia, o país também abriga cerca de 2,2 milhões de refugiados e requerentes de asilo.
O governo islâmico-conservador turco, reeleito recentemente, também não quer perder a chance de colher os frutos políticos desta nova cooperação.
A UE manifestou a sua vontade de acelerar o processo já em curso de isentar da obrigação de visto os cidadãos turcos que viajem para a Europa, além de se comprometer em "dar um novo impulso" às negociações de adesão da Turquia paralisadas há anos.
"Fomos informados de que o Capítulo 17 das negociações [sobre a política econômica e monetária] será aberto em meados de dezembro", declarou o presidente Erdogan na quinta-feira.
A UE concorda globalmente sobre o princípio desta nova cooperação, mas os membros do bloco permanecem divididos sobre o alcance das promessas e condições.
A UE criticou no início de novembro, "a tendência geral negativa no respeito ao Estado de Direito e aos direitos fundamentais" na Turquia e pediu ao novo governo turco "respostas a estas prioridades urgentes".
Quanto à ajuda financeira prometida, se todos concordarem em comprometer-se com 3 bilhões de euros, este montante será concedido "em um ano ou em duas fases", explicou uma fonte.
As tensões entre a Turquia e a Rússia, num momento em que a França procura forjar uma aliança contra o Estado islâmico, "complicaram ainda mais o diálogo, já difícil entre a UE e a Turquia", acredita Ian Lessern, especialista no German Marshall Fund, em Bruxelas.
Os líderes da União Europeia (UE) e Turquia se reunirão neste domingo em uma cúpula que deverá servir a Ancara para obter um novo impulso à sua adesão ao bloco e uma ajuda financeira de 3 bilhões de euros para deter a chegada de migrantes.
A cúpula acontecerá em um contexto de tensão internacional, poucos dias depois de a Turquia derrubar um caça-bombardeiro russo perto da fronteira com a Síria, de onde vem a grande maioria dos refugiados que chegam à Europa.
"Para a UE, a cúpula visa reduzir o fluxo de migrantes. Para os turcos, trata-se de dar um novo impulso ao processo de adesão" ao bloco, afirmou uma fonte envolvida nas negociações sobre o texto final.
O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, defenderá em Bruxelas a posição de Ancara, e não o presidente Recep Tayyip Erdogan.
"O que é complicado é que haverá, ao mesmo tempo, uma negociação entre europeus e uma com os turcos", indicou outra fonte europeia.
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, participará da cúpula convocada pelo presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.
A Alemanha, ansiosa em concluir um acordo com a Turquia, pressionou Tusk a convocar a cúpula, apesar da ameaça terrorista ainda presente na capital belga.
O objetivo é lançar a implementação do "plano de ação conjunto" negociado pela Comissão Europeia com Ancara, e que enumera uma série de compromissos, incluindo um controle das fronteiras com a UE.
A cúpula também ratificará a contribuição financeira da UE à Turquia, de 3 bilhões de euros, para ajudar Ancara a receber os refugiados em seu território.
Enquanto cerca de 700.000 imigrantes chegaram à Europa através da Turquia, o país também abriga cerca de 2,2 milhões de refugiados e requerentes de asilo.
O governo islâmico-conservador turco, reeleito recentemente, também não quer perder a chance de colher os frutos políticos desta nova cooperação.
A UE manifestou a sua vontade de acelerar o processo já em curso de isentar da obrigação de visto os cidadãos turcos que viajem para a Europa, além de se comprometer em "dar um novo impulso" às negociações de adesão da Turquia paralisadas há anos.
"Fomos informados de que o Capítulo 17 das negociações [sobre a política econômica e monetária] será aberto em meados de dezembro", declarou o presidente Erdogan na quinta-feira.
A UE concorda globalmente sobre o princípio desta nova cooperação, mas os membros do bloco permanecem divididos sobre o alcance das promessas e condições.
A UE criticou no início de novembro, "a tendência geral negativa no respeito ao Estado de Direito e aos direitos fundamentais" na Turquia e pediu ao novo governo turco "respostas a estas prioridades urgentes".
Quanto à ajuda financeira prometida, se todos concordarem em comprometer-se com 3 bilhões de euros, este montante será concedido "em um ano ou em duas fases", explicou uma fonte.
As tensões entre a Turquia e a Rússia, num momento em que a França procura forjar uma aliança contra o Estado islâmico, "complicaram ainda mais o diálogo, já difícil entre a UE e a Turquia", acredita Ian Lessern, especialista no German Marshall Fund, em Bruxelas.