Mundo

UE e EUA protegerão dados em investigações por terrorismo

O acordo melhorará a cooperação entre as autoridades judiciais e policiais dos Estados Unidos e da UE para combater os crimes graves e o terrorismo


	Terroristas: o acordo melhorará a cooperação entre as autoridades judiciais e policiais dos Estados Unidos e da UE para combater os crimes graves e o terrorismo
 (Spencer Platt/Getty Images)

Terroristas: o acordo melhorará a cooperação entre as autoridades judiciais e policiais dos Estados Unidos e da UE para combater os crimes graves e o terrorismo (Spencer Platt/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2016 às 11h11.

A União Europeia (UE) e os Estados Unidos assinaram nesta quinta-feira um acordo sobre a transferência de dados pessoais para investigações criminais e na luta antiterrorista que permite que cidadãos da UE recorram à justiça americana em caso de uso inapropriado de informações.

O acordo, batizado de "Umbrella agreement", "aumentará o total respeito dos direitos fundamentais toda vez que sejam transferidos dados pessoais" entre as autoridades judiciais e policiais das duas partes, disse And van der Steur, ministro da Justiça holandês, cujo país preside a UE até o fim de junho.

O acordo "melhorará a cooperação entre as autoridades judiciais e policiais dos Estados Unidos e da UE para combater os crimes graves e o terrorismo", acrescentou, citado em um comunicado após a assinatura em Amsterdã junto com a secretária de Justiça americana, Loretta Lynch.

O "Umbrella agreement" cobre todos os dados pessoais transferidos entre as autoridades policiais e judiciais das duas partes para "prevenir, investigar, detectar e iniciar ações legais por crimes, incluindo o terrorismo", lembra o Conselho Europeu (que representa os 28 países da UE) em um comunicado.

Em um discurso pronunciado na quarta-feira na universidade de Leiden (Holanda), Loretta Lynch destacou que o acordo "mostra nosso compromisso conjunto com a proteção da segurança e da privacidade de nossos cidadãos de ambos os lados do Atlântico".

O acordo oferece salvaguardas e garantias legais à transferência de dados. Dispõe de "claras limitações" ao uso dos dados, da obrigação de obter um consentimento prévio à transferência e de definir um "período apropriado" durante o qual serão conservados, assim como o direito a consultá-los e retificá-los, afirma o Conselho.

A UE insistia sobre a necessidade de que os cidadãos europeus tivessem a mesma possibilidade de fazer valer seus direitos ante os tribunais americanos, o que era permitido aos cidadãos americanos no bloco comunitário.

Os Estados Unidos não têm regras em matéria de proteção de dados. A legislação europeia, por sua vez, proíbe desde 1998 a transferência de dados pessoais a terceiros países não membros do Espaço Econômico Europeu (EEE, que reúne os 28 da UE, assim como a Noruega, a Islândia e Liechtenstein) se não tiverem a mesma proteção que na UE.

Bruxelas e Washington chegaram a um acordo em setembro, após quatro anos de negociações sob a sombra das revelações sobre a espionagem americana em escala global divulgadas pelo ex-consultor da Agência Nacional de Segurança americana Edward Snowden.

O Parlamento Europeu ainda deve dar seu consentimento para que o acordo seja válido.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)EuropaPaíses ricosTerrorismoUnião Europeia

Mais de Mundo

Kamala e Trump dizem que estão prontos para debate e Fox News propõe programa extra

Eleições nos EUA: como interpretar as pesquisas entre Kamala e Trump desta semana?

Eventual governo de Kamala seria de continuidade na política econômica dos EUA, diz Yellen

Maduro pede voto de indecisos enquanto rival promete 'não perseguir ninguém' se for eleito

Mais na Exame