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Ucrânia e Rússia têm acordo, mas conflito se intensifica

Vladimir Putin disse que conflito pode ser encerrado ainda nesta semana, apesar da ocorrência de novos bombardeios


	Ucrânia: novos bombardeios abalaram a confiança em um fim das hostilidades
 (Maks Levin/Reuters)

Ucrânia: novos bombardeios abalaram a confiança em um fim das hostilidades (Maks Levin/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2014 às 12h19.

Kiev/Ulan Bator - O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quarta-feira que um acordo para encerrar o conflito no leste da Ucrânia pode ser alcançado ainda esta semana, numa clara tentativa de demonstrar ao Ocidente que está se esforçando para recuar a escalada do conflito, apesar da ocorrência de novos bombardeios.

Após falar com o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, Putin disse que a visão de ambos para dar fim à violência está "muito próxima". Ele afirmou que Kiev e os rebeldes podem alcançar um acordo até sexta-feira, num alívio providencial para o líder ucraniano, que enfrenta uma economia em frangalhos.

Mas as esperanças de paz foram ofuscadas pelas preocupações do Ocidente de que o pronunciamento tenha sido orquestrado pelo Kremlin para constranger a Otan às vésperas de uma reunião de cúpula para discutir a crise, e para semear a dúvida entre os países da União Europeia sobre a imposição de novas sanções contra Moscou.

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse que um cessar-fogo seria bem-sucedido somente se Moscou interrompesse o envio de tropas para a Ucrânia.

Novos bombardeios contra redutos rebeldes em Donetsk, com nuvens de fumaça preta emanando a partir do aeroporto da cidade, também abalaram a confiança em um fim das hostilidades.

"As partes alcançaram um entendimento mútuo sobre os passos que vão facilitar o estabelecimento da paz", disse o gabinete de Poroshenko, alterando um comunicado anterior, no qual se referia a um acordo de "cessar-fogo permanente".

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que os líderes concordaram sobre os passos em direção à paz, mas não um cessa-fogo, porque a Rússia não era uma parte envolvida no conflito, que matou mais de 2.600 pessoas desde abril, causando a pior crise nas relações entre a Rússia e o Ocidente desde a Guerra Fria.

Putin pareceu animado ao falar com repórteres durante uma visita à Mongólia. "Nossas visões sobre o caminho para resolver esse conflito, como me pareceu, estão muito próximas", disse ele, explicando as sete medidas que ele propôs para garantir a resolução da crise. Tais passos, sugeriu ele, devem incluir a troca de prisioneiros e a criação de um corredor humanitário para refugiados, assim como a entre de suprimentos de ajuda humanitária.

Ele pediu pelo recuo das tropas ucranianas e que os rebeldes interrompam as operações de ataque. O Ocidente acusa a Rússia de armar os rebeldes e enviar tropas à Ucrânia para inverter a vantagem no conflito de quase cinco meses. Moscou nega as acusações.

"Nós temos apoiado o esforço do presidente (Petro) Poroshenko para alcançar um significativo cessar-fogo que possa levar a um entendimento político", disse Obama na capital da Estônia, Tallinn, durante uma visita de enfatizar o compromisso dos EUA com um país na linha de frente da Otan.

"Até agora isso não tem ajudado, seja porque a Rússia não tem sido séria sobre o assunto ou porque finge que não está controlando os separatistas, e os separatistas, quando pensavam que não era vantajoso para eles, não se submeteram ao cessar-fogo", acrescentou Obama.

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