Turquia demite mais de 7 mil policiais, soldados e funcionários
O clérigo turco Fethullah Gülen, que vive nos EUA, voltou a negar nesta sexta-feira ter se envolvido nesse "desprezível golpe"
AFP
Publicado em 14 de julho de 2017 às 21h37.
Mais de 7.000 policiais, soldados e funcionários de Ministérios foram demitidos na Turquia , segundo um novo decreto publicado nesta sexta-feira em meio ao estado de emergência imposto devido ao frustrado golpe de Estado de julho de 2016, informou a agência de notícias oficial Anatólia.
No total, 7.563 pessoas perderam o seu posto neste novo expurgo, segundo a Anatólia, acrescentando que as autoridades rebaixaram 342 militares reformados.
O jornal Hürriyet informou pouco antes sobre a demissão de 7.348 pessoas, entre elas 2.303 policiais.
O governo publicou este decreto na véspera do primeiro aniversário da tentativa de golpe de 15 de julho de 2016.
O clérigo turco Fethullah Gülen, que vive nos Estados Unidos e é considerado por Ancara o cérebro da tentativa de golpe, voltou a negar nesta sexta-feira ter se envolvido nesse "desprezível golpe" e condenou a "caça às bruxas" realizada pelas autoridades turcas.
Em comunicado, Gülen condenou também a "repressão sem precedentes" contra o seu movimento Hizmet.
"Infelizmente, por conta desta tragédia, prejudicaram muitos inocentes, ilegalmente demitidos, detidos, encarcerados e inclusive torturados. Tudo isso sob a ordem do governo", disse Gülen, que mora há alguns anos na Pensilvânia, leste dos Estados Unidos, e que tem a sua extradição solicitada pela Turquia.
Também acusou o "governo de realizar uma caça às bruxas para eliminar todo aquele considerado desleal ao presidente Erdogan e ao seu regime".
Ancara deteve 50.000 pessoas e demitiu mais de 100.000 desde julho do ano passado.