Turquia ameça retaliação se militantes ferirem reféns
País alertou que irá retaliar se qualquer um dos seus 80 cidadãos sequestrados por um grupo dissidente da Al Qaeda forem feridos
Da Redação
Publicado em 11 de junho de 2014 às 17h18.
Ancara - A Turquia alertou nesta quarta-feira que irá retaliar se qualquer um dos seus 80 cidadãos, incluindo soldados das forças especiais, diplomatas e crianças, sequestrados por um grupo dissidente da Al Qaeda durante uma operação-relâmpago no norte do Iraque, forem feridos.
Embaixadores da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) fizeram uma reunião de emergência em Bruxelas a pedido da Turquia.
O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, conversou com o presidente Abdullah Gul, o chefe de inteligência e o chefe de gabinete e ainda com o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre os desdobramentos.
Insurgentes sunitas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (Isil, na sigla em inglês) raptaram 49 pessoas do consulado turco na cidade de Mossul no começo desta quarta-feira, incluindo o cônsul-geral, familiares e forças especiais turcas.
Os militantes também detêm 31 caminhoneiros turcos em uma estação de energia elétrica em Mossul sequestrados na terça-feira, quando o Isil ocupou a segunda maior cidade iraquiana em uma demonstração de força contra o governo liderado pelos xiitas em Bagdá.
O avanço rápido do Isil, que dominou a cidade de Tikrit nesta quarta-feira e se aproximou da maior refinaria de petróleo do Iraque, representa uma ameaça adicional à Turquia, que já lida com a ocupação do grupo em trechos de território pouco além de sua fronteira sul com a Síria.
“Neste momento, estamos ocupados em apaziguar a crise, considerando a segurança de nossos cidadãos”, disse Davutoglu em Nova York depois de cancelar encontros na Organização das Nações Unidas (ONU) para voltar ao seu país.
“Que fique bem claro. Qualquer dano a nossos cidadãos e equipe desencadearia a mais severa retaliação”, declarou ele a repórteres em comentários veiculados na TV turca.
A Turquia tem laços comerciais e políticos profundos com a área ao norte de Mossul, controlada pelos curdos, que até agora não foi alvo do Isil, e tem um papel especial na proteção dos interesses da minoria étnica turca naquela região.
Davutoglu disse ter pedido o esvaziamento do consulado de Mossul vários dias atrás, mas que a situação no local era perigosa demais para que isso ocorresse.