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Trump paga fiança de R$ 413 milhões em processo de difamação contra escritora que o acusa de estupro

Pagamento é uma condição para que ele possa recorrer ao veredicto contra ele no caso movido pela jornalista E. Jean Carroll, que denuncia o republicano por um abuso sexual cometido anos 1990.

Ex-presidente Donald Trump, nos Estados Unidos (WIN MCNAMEE/ AFP/Getty Images)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 8 de março de 2024 às 19h03.

Última atualização em 8 de março de 2024 às 19h04.

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump pagou uma fiança de US$ 83,3 milhões (R$ 413,5 milhões, na cotação atual) ao tribunal federal de Nova York nesta sexta-feira. O pagamento foi realizado como uma condição para que ele possa recorrer ao veredicto contra ele no caso de difamação movido pela jornalista e escritora E. Jean Carroll, que o acusa de estuprá-la no provador de uma loja de luxo em Nova York nos anos 1990.

Em 26 de janeiro, Trump foi condenado por um júri de Nova York a indenizar a jornalista e autora E. Jean Carroll, que o processou por difamação como resultado das declarações difamatórias feitas pelo magnata, nas quais ele negou a acusação de estupro afirmando que ela "não fazia seu tipo" e alegando que Carroll teria inventado a denúncia para aumentar as vendas de seu livro, onde a história do abuso foi revelada.

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Ele tentou conseguir imunidade no processo, uma vez que ocupava a Casa Branca na época das declarações, mas teve o pedido negado. A defesa de Carroll alega que a proporção da difamação, a segunda pela qual ele foi condenado, foi ainda maior considerando a sua função como chefe de Estado.

A advogada de Trump, Alina Habba, disse que seu cliente recebeu fiança no valor de US$ 91,6 milhões, incluindo juros. A soma se divide em US$ 65 milhões por danos, US$ 11 milhões por reparações por afetar sua reputação e US$ 7,3 milhões em compensação financeira.

Foi solicitado a Trump que pagasse o valor total da indenização enquanto recorre, ou uma fiança que pudesse ser executada caso o processo de apelação não seja bem-sucedido. Enquanto aguarda uma decisão do tribunal superior, Carroll não terá acesso ao dinheiro. O juiz responsável pelo caso negou um pedido da equipe jurídica do ex-presidente para adiar o prazo da fiança para segunda-feira, informou a mídia americana.

Em maio do ano passado, ele já havia sido condenado em outro processo de difamação, que incluía a denúncia de abuso sexual feita pela jornalista com base em uma lei temporária do estado de Nova York que permitiu que vítimas de crimes sexuais prescritos pudessem buscar reparação na justiça civil. Na época, foi estipulado o pagamento de US$ 5 milhões (R$ 24,9 milhões) em danos a jornalista — US$ 2 milhões pela queixa civil e US$ 3 milhões por difamação.

Ao longo do processo, Trump usou a sua plataforma, Truth Social, para publicar uma série de mensagens com insultos contra Carroll, o processo e o juiz, a quem chamou de "um indivíduo extremamente abusivo".

O ex-presidente republicano não foi convidado a comparecer ao julgamento ou a testemunhar, mas, como em outros casos contra ele, usou a cobertura da mídia para dar mais notoriedade às suas alegações de ser a vítima, dizendo que não conhecia Carroll.

O magnata também enfrenta uma enorme multa de US$ 355 milhões em um processo civil por fraude corporativa, mais juros. Seus advogados ofereceram pagar uma quantia parcial de US$ 100 milhões para cobrir a fiança enquanto ele recorre do caso, mas o pedido foi rejeitado.

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