Trump é processado por separar famílias na fronteira
Procuradoria-geral do estado de Washington introduziu o recurso ao qual aderiram outros nove estados e Nova Jersey
AFP
Publicado em 21 de junho de 2018 às 20h50.
Onze estados americanos apresentaram nesta quinta-feira (21) a um tribunal federal uma ação contra a política do presidente Donald Trump de separar famílias de imigrantes ilegais na fronteira.
Bob Ferguson, procurador-geral do estado de Washington, introduziu o recurso ao qual aderiram Massachusetts, Califórnia, Illinois, Maryland, Oregon, Novo México, Pensilvânia, Iowa, Nova Jersey e Minnesota.
"Essa é uma política desonesta, cruel e inconstitucional e vamos detê-la", disse Ferguson em comunicado.
Trump assinou na quarta-feira um decreto para reverter a sua política de "tolerância zero" que gerou repúdio nacional e internacional e fez com que mais de 2.300 crianças fossem separadas de seus pais imigrantes, em sua maioria provenientes da América Central.
Mas até o momento não ficou claro como essa decisão será aplicada e quando permitirão a reunificação das famílias agora separadas.
A ação alega que o governo federal viola o devido processo estabelecido na Constituição e exorta a corrigir as "falhas" da ordem executiva de quarta-feira, que "não faz nada para reunificar as famílias já divididas pela política".
Também exige que "detenham imediatamente a prática de se negar solicitações de refúgio".
"Os estados pedirão ao presidente que cumpra com a lei e a Constituição".
Segundo o gabinete de Ferguson, 200 imigrantes estão em prisões de Washington, 174 deles mulheres. "E mais de um terço dessas mulheres são mães obrigadas a se separar de seus filhos, que vão desde crianças de um ano a adolescentes".
"A maioria não fala com seus filhos há semanas e o governo federal não deus às mães nenhuma informação sobre o paradeiro de seus filhos", destaca a ação.
O presidente Trump tem sido processado por outras polêmicas decisões, como acabar com o programa Daca, que protege da deportação imigrantes chegados ao país quando crianças, e pelo decreto que proibia a entrada de cidadãos de seis países de maioria muçulmana.
As cidades-santuário, que não cooperam com as autoridades federais na captura de imigrantes, também foram alvo de batalhas judiciais.