John Kerry: "Estamos todos unidos no fato de que a Coreia do Norte não será aceita como uma potência nuclear", disse. (REUTERS/Paul J. Richards/Pool)
Da Redação
Publicado em 12 de abril de 2013 às 18h04.
Seul - O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, alertou na sexta-feira a Coreia do Norte de que testar um míssil de médio alcance agora seria um "enorme erro", e que Washington jamais aceitaria o misterioso país comunista como uma potência nuclear.
Falando a jornalistas após reuniões com a presidente sul-coreana e com comandantes da força norte-americana de 28 mil militares na Coreia do Sul, Kerry disse também que cabe à China, única aliada relevante da Coreia do Norte, intensificar a pressão sobre Pyongyang para abandonar suas ambições nucleares.
Kerry, como outros funcionários dos EUA, minimizou um relatório da agência de inteligência do Pentágono em que especialistas avaliavam que Pyongyang já possui a capacidade de instalar armas atômicas em seus mísseis.
Em Washington, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, fez questão de frisar que "a Coreia do Norte não demonstrou capacidade de utilizar um míssil com armamento nuclear".
Kerry disse que os EUA desejam retomar as negociações a respeito de promessas anteriores da Coreia do Norte no sentido de suspender seu programa atômico.
Mas ele acrescentou que os EUA vão defender seus aliados na região se for necessário, e observou que o jovem líder norte-coreano Kim jong-un "precisa entender, como acho que provavelmente entende, qual seria o resultado de um conflito".
A Coreia do Norte disse que não abrirá mão do seu arsenal nuclear, ao qual o regime se referiu na sexta-feira como um "apreciado" garantidor da segurança.
A visita de Kerry a Seul coincide com preparativos do aniversário do fundador da Coreia do Norte, Kim Il-sung, na segunda-feira. A data pode servir de pretexto para a Coreia do Norte fazer uma nova demonstração de força, e há especulações de que o país testaria um novo míssil.
Kerry - que ainda viaja no sábado para a China e no domingo para o Japão - disse que, se Kim Jong-un optar pelo lançamento, "estará escolhendo, propositalmente, ignorar toda a comunidade internacional".
"Eu diria de antemão que é um enorme erro para ele escolher fazer isso, porque irá isolar ainda mais o seu país e isolar ainda mais seu povo, que francamente está desesperado por comida, e não por lançamentos de mísseis." Kerry disse que as ameaças norte-coreanas das últimas semanas são "simplesmente inaceitáveis sob qualquer padrão".
"Estamos todos unidos no fato de que a Coreia do Norte não será aceita como uma potência nuclear", afirmou.
A Coreia do Norte demonstra pouca inclinação pelo diálogo. O jornal Rodong Sinmmun, porta-voz do partido comunista local, disse que o país jamais abandonará o programa nuclear. "A RDPC (sigla oficial do país) vai segurar firme a apreciada espada das armas nucleares", escreveu a publicação.