David Cameron: "O que aconteceu prejudicou a segurança nacional" disse o premier britânico (AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de outubro de 2013 às 12h30.
Londres - O primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou nesta quarta-feira que a publicação pelo jornal "The Guardian" dos documentos secretos entregues pelo americano Edward Snowden causou grande prejuízo à segurança nacional.
"O que aconteceu prejudicou a segurança nacional e o próprio Guardian admitiu, de certa maneira, ao aceitar a educada demanda de meu conselheiro de Segurança Interna e de meu secretário de gabinete para destruir os arquivos que tinham", disse Cameron no Parlamento.
"Sabiam que o que tinham era perigoso para a segurança nacional", completou.
Este foi o primeiro comentário de Cameron sobre a conveniência de publicar os documentos de espionagem dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha.
O governo britânico foi criticado pela detenção no aeroporto de Heathrow do brasileiro David Miranda, companheiro de Glenn Greenwald, o jornalista americano ao qual Snowden confiou os documentos secretos.
A detenção durante nove horas de Miranda, de 28 anos, foi considerada abuso de poder, mas o governo alegou que estava dentro da lei.
O Guardian aceitou destruir os documentos porque o governo britânico temia que alguém invadisse a rede do jornal para obter os registros.
"Nos disseram que temiam que os governos estrangeiros, em particular Rússia e China, conseguissem 'hackear' a rede do Guardian", explicou o jornal, que destruiu os discos rígidos na presença de dois representantes do governo britânico.
Os documentos revelaram que Washington e Londres espionam governos amigos, como o do Brasil.
A presidente Dilma Rousseff condenou a espionagem na Assembleia Geral da ONU e suspendeu uma visita a Washington.