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Sindicalistas protestam contra reforma trabalhista na França

Criticando a promessa de Macron de não dar espaço para "preguiçosos", alguns em Paris carregavam cartazes escritos "Preguiçoso em greve"

Protesto contra reforma trabalhista em Paris: o Ministério do Interior informou que 223 mil manifestantes participaram de atos pelo país (Charles Platiau/Reuters)

Protesto contra reforma trabalhista em Paris: o Ministério do Interior informou que 223 mil manifestantes participaram de atos pelo país (Charles Platiau/Reuters)

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Reuters

Publicado em 12 de setembro de 2017 às 21h42.

Paris - Dezenas de milhares de sindicalistas da extrema-esquerda fizeram passeatas por cidades francesas nesta terça-feira em protesto às reformas de leis trabalhistas do presidente Emmanuel Macron, embora a participação tenha aparentado ter sido mais baixa do que em manifestações de anos anteriores.

Criticando a promessa de Macron de não dar espaço para "preguiçosos", alguns em Paris carregavam cartazes escritos "Preguiçoso em greve", enquanto em Bordeaux manifestantes gritavam "Macron, você está ferrado, os preguiçosos estão nas ruas".

O Ministério do Interior informou que 223 mil manifestantes participaram de atos pelo país, comparados aos cerca de 400 mil durante a manifestação de março de 2016.

A tropa de choque da polícia entrou em confronto com jovens encapuzados em conflitos isolados às margens da passeata liderada em Paris pela central sindical CGT, ligada ao Partido Comunista.

A central sindical informou que cerca de 400 mil pessoas marcharam pela França, abaixo da estimativa de 1,2 milhão em 2016.

Sindicatos derrubaram tentativas anteriores de enfraquecer o código trabalhista da França, mas desta vez houve conforto para Macron, já que duas outras centrais sindicais, incluindo a maior, a CFDT, se negaram a participar dos protestos.

"Temos aprovado leis que desmontam o código trabalhista há 20 anos", disse Maxime Durand, maquinista de trem em greve.

Após semanas de negociações, o governo estabeleceu medidas no mês passado, incluindo maior liberdade para empresas contratarem e demitirem.

A reforma não faz referência direta à semana de 35 horas, um totem do código trabalhista, embora dê às companhias maior flexibilidade para estabelecer condições de pagamento e trabalho. O governo planeja adotar as novas medidas, sendo implementadas por decreto, em 22 de setembro.

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