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Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2010 às 15h05.
O deputado Severino Cavalcanti (PP-PE) venceu, às 6h30 de hoje (15/2), o segundo turno para as eleições à Presidência da Câmara. O deputado recebeu 300 votos, e o candidato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) recebeu 195. Houve um voto branco e dois nulos, em um total de 496 votos válidos. Greenhalgh recebeu menos votos no segundo turno que no primeiro, quando havia garantido 207 votos.
Em seu discurso, após proclamada a vitória, Cavalcanti salientou que veio até a Câmara para aprender. "E aprendi tanto que cheguei à Presidência", afirmou ele, rebatendo as críticas de que nunca cursou uma faculdade. "Preciso dos deputados e de conselhos dos deputados. Minha presidência será de todos os deputados e deputadas", diz o presidente da Câmara para o período 2005-2006.
Propostas
Severino reafirmou, logo após o anúncio do resultado final, sua intenção de garantir a independência do Poder Legislativo em relação ao Executivo, acabar com o abuso no uso de medidas provisórias e introduzir o orçamento impositivo para as acabar com os cortes unilateriais por parte do Governo.
Ele assinalou que o número excessivo de MPs acaba prejudicando o papel e a função do legislador. Na área administrativa, ele garantiu que vai continuar agindo em defesa de melhores condições de trabalho para os parlamentares e na redução de gastos, garantindo economia na condução administrativa da Casa.
Repercussões
Para o banco Credit Suisse First Boston (CSFB), a principal conseqüência da vitória de Cavalcanti é a redução das chances de aprovação de novas reformas constitucionais em 2005. Essa perspectiva, porém, deve ter um impacto negativo pequeno sobre o mercado, pois os analistas já trabalhavam com um cenário de poucas atividades parlamentares relevantes neste ano, antes mesmo da definição das presidências da Câmara e do Senado, de acordo com o CSFB.
O banco também alerta para as dificuldades criadas pela escolha do deputado fluminense Saraiva Felipe como novo líder do PMDB na Câmara. Felipe foi eleito com 47 votos da bancada e representa a vitória da ala oposicionista ao governo sobre o grupo peemedebista aliado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. os governistas defendiam a reeleição do paranaense José Borba. Para o CSFB, com a vitória de Felipe, as relações entre Lula e o partido se tornarão ainda mais complicadas. Ficará também mais difícil uma aliança entre o PT e o PMDB para as eleições presidenciais de 2006.
As informações são da Agência Câmara.