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Sessions diz que impediu contato de assessor de Trump com russos

Em audiência, Sessions falou pela 1ª vez sobre seu papel em um encontro realizado em março de 2016 no Trump Hotel com representantes russos

Sessions: a participação de Sessions nesse encontro causou grande polêmica (Kevin Lamarque/Reuters)
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EFE

Publicado em 14 de novembro de 2017 às 16h08.

Washington - O procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions, afirmou nesta terça-feira que impediu que um dos assessores da campanha do presidente do país, Donald Trump , entrasse em contato com representantes do Kremlin para organizar um encontro entre o republicano e o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Em uma audiência no Comitê de Justiça da Câmara dos Representantes, Sessions falou pela primeira vez sobre seu papel em um encontro realizado em março de 2016 no Trump Hotel de Nova York. Participou da reunião George Papadopoulos, ex-assessor de política externa da campanha e uma das figuras centrais na investigação sobre a interferência russa nas eleições de novembro do ano passado.

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Papadopoulos está colaborando com a investigação aberta pelo promotor especial Robert Mueller para determinar se Kremlin e membros da campanha de Trump colaboraram para favorecer a vitória do republicano e prejudicar a democrata Hillary Clinton.

A investigação de Mueller descobriu que Papadopoulos informou, em março de 2016, Sessions e outros membros da campanha sobre as reuniões realizadas com pessoas ligadas ao governo russo e que poderiam ajudar a organizar um encontro entre Trump e Putin.

A participação de Sessions nesse encontro causou grande polêmica porque o procurador-geral jurou em duas ocasiões em comitês do Congresso dos EUA que não tinha conhecimento de nenhum tipo de comunicação ou reunião entre membros da equipe de Trump e indivíduos ligados ao Kremlin.

Sessions admitiu hoje que sabia desses contatos e garantiu que não falou sobre eles antes porque não se lembrava. As recentes notícias de Papadopoulos, disse ele, refrescaram sua memória.

"Agora lembro da reunião de março de 2016 no Trump Hotel da qual participou Papadopoulos", disse Sessions.

"Depois de ler suas declarações e, até onde lembro, acho que deixei claro que ele (Papadopoulos) não estava autorizado a representar a campanha perante o governo russo ou perante qualquer outro governo estrangeiro. Rejeitei sua sugestão porque pensei que era incorreta", ressaltou Sessions.

O procurador-geral afirmou que não teve má intenção em esconder do Congresso os contatos entre membros da campanha de Trump e pessoas vinculadas ao Kremlin. Sessions alegou que estava muito ocupado com a campanha e não lembra com clareza de detalhes.

"Era uma campanha brilhante, de muitas maneiras, mas também era um grande caos desde o primeiro dia. Às vezes viajávamos para vários lugares em vários dias, não tínhamos muito tempo para dormir. Ao mesmo tempo, eu seguia sendo senador", explicou Sessions, que antes representava o estado do Alabama no Senado.

Em março deste ano, Sessions teve que se afastar da investigação russa por não ter revelado ao Senado dos EUA os encontros realizados durante a campanha contra o então embaixador da Rússia em Washington, Sergey Kislyak, causando grande polêmica.

Trump ameaçou demitir Sessions em várias ocasiões e chegou a expressar sua irritação com a decisão tomada pelo procurador-geral de se afastar da investigação sobre a interferência russa, avaliada pelo presidente como uma "caça às bruxas".

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