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Senador americano diz que o mundo apoiaria golpe contra Maduro

O senador republicano Marco Rubio é considerado um dos artífices do endurecimento da política externa americana em relação ao governo da Venezuela

Maduro: "O mundo apoiaria as forças armadas na Venezuela se estas decidissem proteger seu povo", disse o americano (Miraflores Palace/Handout/Reuters)
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EFE

Publicado em 9 de fevereiro de 2018 às 22h23.

Washington - O senador do Partido Republicano dos Estados Unidos , Marco Rubio, uma das vozes mais influentes na política latino-americana do presidente Donald Trump, disse nesta sexta-feira que o mundo apoiaria um golpe de Estado contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro .

"O mundo apoiaria as forças armadas na Venezuela se estas decidissem proteger seu povo e restaurar a democracia tirando o ditador (do poder)", escreveu nesta sexta-feira o legislador no Twitter.

Esta mensagem esteve acompanhada de várias outras na mesma linha, algumas com palavras do libertador venezuelano Simón Bolívar como: "sempre é nobre conspirar contra a tirania" e "quando a tirania se torna lei, a rebelião é um direito".

Rubio é considerado um dos artífices do endurecimento da política externa americana em relação ao governo da Venezuela, com sanções contra mais de 50 indivíduos e o sistema financeiro em um ano.

O senador afirmou hoje que "os soldados recolhem alimentos das latas de lixo e que suas famílias passam fome na Venezuela, enquanto Maduro e seus amigos vivem como reis e bloqueiam a ajuda humanitária" oferecida tanto pelos Estados Unidos como por outros países da região.

Ao ser perguntado pelas mensagens de Rubio em uma coletiva com os jornalistas em Washington, o subsecretário de Estado adjunto para o Hemisfério Ocidental, Francisco Palmieri, afirmou hoje que não leu as mensagens e evitou fazer comentários sobre seu conteúdo.

Mesmo assim, Palmieri ressaltou que o secretário de Estado, Rex Tillerson, "foi muito claro em afirmar que a vontade dos EUA é uma transição pacífica" e que "a melhor maneira de resolver as múltiplas crises da Venezuela é que os cidadãos exerçam seus direitos democráticos" em eleições "livres, justas e com observação internacional".

Na semana passada, um estudante perguntou a Tillerson na Universidade do Texas em Austin se os EUA pretendem derrubar Maduro do poder e ele respondeu com uma referência ambígua aos militares.

"Acredito que haverá uma mudança, queremos que seja pacífica. A mudança de regime de forma pacífica é sempre melhor que a violenta. Na história da Venezuela e na de outros países da América Latina, frequentemente são os militares que lidam com isso, quando as coisas estão tão ruins e a liderança militar se dá conta de que não pode mais servir os seus cidadãos, ela fará uma transição pacífica", disse Tillerson naquele dia.

"Se este será o caso, ou não, na Venezuela, eu não sei", acrescentou o secretário de Estado.

A posição oficial do governo dos Estados Unidos, como lembrou Tillerson, não é derrubar Maduro do poder, mas a realização de eleições livres, justas e com observação internacional para que os venezuelanos decidam sobre o seu destino.

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