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Seif al-Islam, filho de Kadafi, se torna símbolo da repressão

Considerado o sucessor natural do pai, Seif era considerado o 'primeiro-ministro' do regime e o principal defensor da aproximação com o Ocidente

Os rebeldes disseram ter capturado Seif al-Islam, mas ele reapareceu em Trípoli (Dario Lopez-Mills/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2011 às 14h57.

Trípoli - Seif al-Islam, filho mais influente de Muamar Kadafi que deveria sucedê-lo no governo, apresentado como um "reformador" e artesão da abertura da Líbia, tornou-se símbolo da repressão ao levante popular.

Homem de 39 anos com a aparência de playboy, demonstrava interesse em normalizar as relações da Líbia com o Ocidente e modernizar seu país.

Mas, depois do início da revolta popular em meados de fevereiro, que se transformou em um conflito armado, passou a usar uma linguagem de guerra, mostrando unhas e dentes para salvar o regime ditatorial de seu pai.

"Nós não abandonaremos a Líbia, lutaremos até o último homem, até a última mulher e até a última bala", afirmou no dia 20 de fevereiro ao denunciar uma conspiração vinda do exterior.

Em seguida, apareceu em uma gravação armado com um fuzil, para convocar os partidários do regime para a batalha. Seis meses depois, afirmou ainda que o regime não abandonaria a luta.

Dado como capturado no domingo pelos rebeldes que tomaram Trípoli, ele reapareceu nesta terça-feira antes do amanhecer e disse que o regime controla a capital.

Seif é assunto desde o dia 27 de junho quando um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional por crimes contra a Humanidade foi expedido. É considerado pelo procurador do TPI como o "primeiro-ministro líbio" acusado de "ter um papel central" em um plano formulado por seu pai para "reprimir de todas as maneiras" a revolta popular.

Seif al-Islam não ocupa função oficial propriamente dita no governo, mas representou por várias vezes a Líbia no quadro de negociações internacionais, principalmente nos acordos de indenização às famílias das vítimas dos atentados de Lockerbie em 1988 e do DC-10 de UTA em 1989.

Se apresenta como embaixador da Humanidade na Líbia e nos quatro cantos do mundo através da associação de caridade que criou em 1997. Também ficou conhecido durante a mediação no caso das enfermeiras búlgaras libertadas em julho de 2007.

Um mês depois, apresentou um projeto de modernização de seu país e acendeu as especulações sobre a sucessão do governo.

Domina as línguas inglesa e alemã e fala um pouco de francês. Expressava-se com calma e ponderação, e assim foi aclamado pela imprensa estrangeira como o novo rosto respeitável de um regime acusado por muito tempo de apoiar o terrorismo.


Seif Al-Islam fez campanha para a abertura de seu país para empresas de comunicação privadas. Lançou em agosto de 2007 o primeiro canal de televisão e os dois primeiros jornais privados do país.

Um ano depois, anunciou sua saída da vida política e afirmou ter colocado "o trem das reformas nos trilhos", fazendo apelo à construção de uma sociedade civil "forte".

Amante da pesca submarina, da caça com falcão e de passeios a cavalo, denunciou a burocracia síria, contra a qual lutou para impor suas reformas. Afirmava que intervinha em problemas de Estado por "obrigação", na ausência das instituições.

Depois de 2009, seu programa de reformas sofreu reveses, principalmente na área da comunicação. Em dezembro de 2010, sua Fundação anunciou o fim das atividades locais para se dedicar a obras beneficentes no exterior.

Nascido no dia 25 de junho de 1972 em Trípoli, aquele cujo nome significa em árabe a "Espada do Islã" é o filho mais velho da segunda esposa de Muamar Kadafi e o segundo de oito filhos.

Solteiro, apaixonado por leões domésticos, estudou administração em Viena (Áustria), onde conheceu Jorg Haider, chefe da direita popular austríaca, que se tornou seu grande amigo. Em Londres fez seu doutorado na prestigiosa London School of Economics.

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Trípoli - Seif al-Islam, filho mais influente de Muamar Kadafi que deveria sucedê-lo no governo, apresentado como um "reformador" e artesão da abertura da Líbia, tornou-se símbolo da repressão ao levante popular.

Homem de 39 anos com a aparência de playboy, demonstrava interesse em normalizar as relações da Líbia com o Ocidente e modernizar seu país.

Mas, depois do início da revolta popular em meados de fevereiro, que se transformou em um conflito armado, passou a usar uma linguagem de guerra, mostrando unhas e dentes para salvar o regime ditatorial de seu pai.

"Nós não abandonaremos a Líbia, lutaremos até o último homem, até a última mulher e até a última bala", afirmou no dia 20 de fevereiro ao denunciar uma conspiração vinda do exterior.

Em seguida, apareceu em uma gravação armado com um fuzil, para convocar os partidários do regime para a batalha. Seis meses depois, afirmou ainda que o regime não abandonaria a luta.

Dado como capturado no domingo pelos rebeldes que tomaram Trípoli, ele reapareceu nesta terça-feira antes do amanhecer e disse que o regime controla a capital.

Seif é assunto desde o dia 27 de junho quando um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional por crimes contra a Humanidade foi expedido. É considerado pelo procurador do TPI como o "primeiro-ministro líbio" acusado de "ter um papel central" em um plano formulado por seu pai para "reprimir de todas as maneiras" a revolta popular.

Seif al-Islam não ocupa função oficial propriamente dita no governo, mas representou por várias vezes a Líbia no quadro de negociações internacionais, principalmente nos acordos de indenização às famílias das vítimas dos atentados de Lockerbie em 1988 e do DC-10 de UTA em 1989.

Se apresenta como embaixador da Humanidade na Líbia e nos quatro cantos do mundo através da associação de caridade que criou em 1997. Também ficou conhecido durante a mediação no caso das enfermeiras búlgaras libertadas em julho de 2007.

Um mês depois, apresentou um projeto de modernização de seu país e acendeu as especulações sobre a sucessão do governo.

Domina as línguas inglesa e alemã e fala um pouco de francês. Expressava-se com calma e ponderação, e assim foi aclamado pela imprensa estrangeira como o novo rosto respeitável de um regime acusado por muito tempo de apoiar o terrorismo.


Seif Al-Islam fez campanha para a abertura de seu país para empresas de comunicação privadas. Lançou em agosto de 2007 o primeiro canal de televisão e os dois primeiros jornais privados do país.

Um ano depois, anunciou sua saída da vida política e afirmou ter colocado "o trem das reformas nos trilhos", fazendo apelo à construção de uma sociedade civil "forte".

Amante da pesca submarina, da caça com falcão e de passeios a cavalo, denunciou a burocracia síria, contra a qual lutou para impor suas reformas. Afirmava que intervinha em problemas de Estado por "obrigação", na ausência das instituições.

Depois de 2009, seu programa de reformas sofreu reveses, principalmente na área da comunicação. Em dezembro de 2010, sua Fundação anunciou o fim das atividades locais para se dedicar a obras beneficentes no exterior.

Nascido no dia 25 de junho de 1972 em Trípoli, aquele cujo nome significa em árabe a "Espada do Islã" é o filho mais velho da segunda esposa de Muamar Kadafi e o segundo de oito filhos.

Solteiro, apaixonado por leões domésticos, estudou administração em Viena (Áustria), onde conheceu Jorg Haider, chefe da direita popular austríaca, que se tornou seu grande amigo. Em Londres fez seu doutorado na prestigiosa London School of Economics.

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