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Secretário de Estado dos EUA pede aplicação das sanções à Coreia do Norte

Pompeo disse em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU que as sanções contra a Coreia do Norte devem ser mantidas até o final da desnuclearização

Pompeo: o secretário americano afirmou que (Brendan McDermid/Reuters)
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AFP

Publicado em 27 de setembro de 2018 às 16h15.

O secretário de Estado dos Estados Unidos , Mike Pompeo, alertou nesta quinta-feira que as sanções contra a Coreia do Norte devem ser aplicadas "vigorosamente", em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU.

"A aplicação de sanções pelo Conselho de Segurança da ONU deve continuar vigorosamente e sem falhas até que tenhamos uma desnuclearização final, e totalmente verificada", afirmou Pompeo ante o conselho que conta com a participação de russos e chineses.

O chefe da diplomacia americana, que preside a reunião, estimou que os membros do Conselho devem "liderar o caminho".

Ele denunciou as violações dos limites impostos às importações de petróleo e carvão por Pyongyang e expressou preocupação com relatos de que há países "incluídos no Conselho de Segurança" que continuam a receber novos trabalhadores norte-coreanos, apesar das resoluções da ONU.

Ele não nomeou os países visados, mas nas últimas semanas a Rússia e a China têm sido apontadas pelos Estados Unidos, rompendo a coesão que levou, em 2017, à adoção de sanções sem precedentes contra programas nuclear e balístico norte-coreanos.

As sanções não devem se transformar "em punição coletiva", protestou o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, lamentando que as grandes potências não podem, em razão da hostilidade americana, acompanhar por "sinais positivos" a espetacular distensão em curso após as ameaças de guerra atômica do ano passado.

As medidas punitivas devem ser respeitadas sem serem "um fim em si", ressaltou, por sua vez, o chinês Wang Yi, defendendo a possibilidade de adotar medidas de "cooperação para o bem-estar" dos norte-coreanos.

Ele também evocou uma reivindicação de Pyongyang, clamando por uma "declaração que acabe com a guerra" da Coreia, que terminou em 1953 com um armistício, estimando que "contribuiria para a confiança e facilitaria a desnuclearização".

Otimismo à prova

A Coreia do Norte exige tal medida de Washington em troca de primeiras medidas concretas de desarmamento atômico, e as negociações estagnaram nos últimos meses, incluindo a respeito deste pedido.

Além de sua chamada à ordem, Mike Pompeo insistiu em anúncios "positivos" após a recente retomada do diálogo direto com os norte-coreanos.

Ele se encontrou na quarta-feira em Nova York com o norte-coreano Ri Yong-ho - que não participou na reunião do Conselho de Segurança - e anunciou que iria visitar Pyongyang em outubro pela quarta vez.

Objetivo: "fazer mais progressos" em direção à desnuclearização e preparar uma segunda cúpula entre Donald Trump e Kim Jong Un, planejada em breve.

"Ansioso" para encontrar o líder norte-coreano, o presidente dos Estados Unidos expressou um otimismo inabalável esta semana na ONU, onde no ano passado ameaçou "destruir totalmente" a Coreia do Norte.

"Se eu não tivesse sido eleito, seria a guerra" e "milhões de pessoas teriam sido mortas", disse ele.

Na primeira cúpula histórica Trump-Kim, em junho, em Singapura, o homem forte de Pyongyang prometeu trabalhar pela "completa desnuclearização da península coreana".

Mike Pompeo então iniciou negociações para transformar esse compromisso vago em um acordo sobre a "desnuclearização definitiva e totalmente verificada".

Mas essas discussões rapidamente estagnaram: o secretário de Estado voltou de mãos vazias de uma visita à capital norte-coreana em julho. Em seguida, sua visita marcada para o final de agosto foi cancelada por Donald Trump, forçado a reconhecer, pela primeira vez, a falta de progressos concretos.

Muitos observadores acreditam que o número um de Pyongyang prefere um relacionamento direto com o iconoclasta bilionário republicano, acreditando que pode obter mais concessões de sua parte.

Enquanto Mike Pompeo estabeleceu o prazo de janeiro de 2021 - o fim do primeiro mandato de Donald Trump - para a desnuclearização, o presidente garantiu que não queria "entrar nesse jogo". "Se levar dois anos, três anos ou cinco anos, não importa", disse ele à imprensa.

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