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Santos diz que pode convocar referendo para novo acordo com Farc

Santos declarou que, como chefe de Estado, deve "optar pelo caminho que menos divida" a Colômbia

Acordo de paz: "o país deve se unir, buscar a paz, buscar a união" (John Vizcaino/Reuters)

Acordo de paz: "o país deve se unir, buscar a paz, buscar a união" (John Vizcaino/Reuters)

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EFE

Publicado em 28 de outubro de 2016 às 09h25.

Bogotá - O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse que a convocação de outro referendo assim que for pactuado um novo acordo de paz com as Farc é uma "alternativa" que não pode ser descartada, e reconheceu que a derrota na consulta popular do dia 2 de outubro não estava em suas contas.

"É uma das alternativas que tenho à disposição", disse Santos em entrevista exclusiva à Agência Efe em Bogotá.

Santos acrescentou que o país está "elaborando um novo acordo" e, quando estiver pronto, terá "várias possibilidades" de referendá-lo.

"A própria Corte Constitucional determinou que podia sem permissão do Congresso convocar um novo referendo", afirmou, esclarecendo que os partidários do "não", que venceram na primeira votação, sabem que o terremoto político causado pela rejeição ao acordo de paz mudou o cenário.

Santos declarou que, como chefe de Estado, deve "optar pelo caminho que menos divida" a Colômbia na hora de referendar um novo acordo, pois "o país deve se unir, buscar a paz, buscar a união".

"Em todas partes do mundo estamos vendo sociedades polarizadas, a polarização estagna, a polarização não deixa que sejam tomadas decisões e que as sociedades progridam, então vou optar pelo caminho que menos divida o país", ressaltou.

Essa via, segundo o presidente colombiano, pode ser "perfeitamente" uma referendação no Congresso.

"Não descartei nenhum (rumo), e quando tivermos os novos acordos, dependendo da amplitude do consenso, vamos determinar qual caminho tomar", afirmou.

O presidente lembrou que convocou o referendo ao acordo de paz assinado com as Farc em 26 de setembro em Cartagena porque foi "uma promessa" que fez aos colombianos e pensou "desde o começo que era o correto a fazer", apesar de poder assinar a paz sem necessidade de fazer uma consulta popular.

"Era um passo tão importante que pensei que era o correto, que era o apropriado em uma democracia, e dar mais legitimidade à paz através de um referendo era o caminho que nos cabia tomar", alegou.

No entanto, o resultado das urnas o surpreendeu, porque o voto no "não" ao acordo de paz venceu com 50,21% dos votos, contra 49,78% do "sim".

"Nunca imaginei, confesso, nunca supus que iríamos ter o resultado que tivemos, mas novamente acredito que vamos nos sair melhor do que estávamos antes", disse.

Santos declarou ainda que a derrota no referendo foi causada por "múltiplos fatores", entre eles "muita desinformação", e admitiu sua parcela de responsabilidade.

"Acredito que eu também sou responsável por não ter adotado a pedagogia apropriada e efetiva. Pensei que o povo conhecia os acordos, e estou me dando conta neste exercício do diálogo que iniciamos (com os líderes políticos e a sociedade colombiana) é que o povo não os conhecia", afirmou. EFE

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