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Saif al-Islam, o filho "reformista" de Kadafi

Homem de grande influência, solteiro e com ares de playboy, Saif al-Islam tentou, durante determinado tempo, normalizar as relações da Líbia com o Ocidente

Saif al-Islam, filho de Muammar Kadafi, seria o sucessor do pai no regime (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de novembro de 2011 às 14h05.

Saif al-Islam, filho de Muamar Kadafi , detido por ex-rebeldes no sul da Líbia , era considerado um defensor das reformas em seu país e possível sucessor do pai, mas terminou se transformando em símbolo da repressão do regime.

Homem de grande influência, solteiro e com ares de playboy, Saif al-Islam tentou, durante determinado tempo, normalizar as relações da Líbia com o Ocidente.

Mas, desde o começo da insurreição popular, que se transformou em conflito armado, não deixou de proferir palavras hostis e lutou para salvar a administração de seu pai.

"Lutaremos até o último homem, até a última mulher e até a última bala", disse no dia 20 de fevereiro, quando deu a entender que a oposição estava sendo apoiada por um complô externo.

Mais tarde apareceu em um vídeo, com o fuzil na mão, numa discussão com os partidários de seu pai. Seis meses depois, voltou a dizer que o regime "não abandonará a batalha".

Desde 27 de junho pesava sobre ele uma ordem de captura emitida pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) com a acusação de crimes contra a humanidade.

O promotor do TPI, Luis Moreno Ocampo, considera-o "primeiro-ministro de fato" do regime de Kadafi. Também é acusado de desempenhar "papel de destaque num plano" elaborado por seu pai para "reprimir por todos os meios" o levantamento popular.

Saif al-Islam não ocupava nenhum cargo oficial, mas não deixava de ser o emissário de confiança do pai nas negociações internacionais, como nos acordos de indenização às famílias das vítimas dos atentados de Lockerbie de 1988 e do DC-10 da companhia UTA, de 1989.

O filho de Kadafi passou a ser conhecido no caso das enfermeiras búlgaras, libertadas em julho de 2007 na Líbia.

Um mês mais tarde, apresentou um projeto para modernizar o país, o que reavivou as especulações sobre uma possível sucessão.

O filho de Kadafi, que domina o inglês e o alemão, e fala um pouco de francês, expressa-se com calma e ponderação.

Lançou uma campanha de abertura de seu país nos meios de comunicação: em agosto de 2007 criou a primeira televisão e os dois primeiros jornais privados da Líbia.

Amante de pesca submarina, caça, equitação e pintura, denunciou a burocracia que o impedia de impor suas reformas.

Em dezembro de 2010, sua fundação anunciou que deixava a vida política local para dedicar-se a obras caritadade no exterior.

Nascido no dia 25 de junho de 1972 em Trípoli, seu nome significa Espada do Islã, em árabe. É o filho mais velho da segunda esposa do então homem forte da Líbia, hoje falecido, e o segundo de oito irmãos.

Estudou arquitetura na Universidade de Al-Fateh de Trípoli em 1995, além de cursar, durante cinco anos, Administração e Direção de Empresas na International Business School de Viena - onde construiu forte amizade com Jörg Haider, líder da ultradireita austríaca. Concluiu os estudos com um doutorado na prestigiada London School of Economics.

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Homem de grande influência, solteiro e com ares de playboy, Saif al-Islam tentou, durante determinado tempo, normalizar as relações da Líbia com o Ocidente.

Mas, desde o começo da insurreição popular, que se transformou em conflito armado, não deixou de proferir palavras hostis e lutou para salvar a administração de seu pai.

"Lutaremos até o último homem, até a última mulher e até a última bala", disse no dia 20 de fevereiro, quando deu a entender que a oposição estava sendo apoiada por um complô externo.

Mais tarde apareceu em um vídeo, com o fuzil na mão, numa discussão com os partidários de seu pai. Seis meses depois, voltou a dizer que o regime "não abandonará a batalha".

Desde 27 de junho pesava sobre ele uma ordem de captura emitida pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) com a acusação de crimes contra a humanidade.

O promotor do TPI, Luis Moreno Ocampo, considera-o "primeiro-ministro de fato" do regime de Kadafi. Também é acusado de desempenhar "papel de destaque num plano" elaborado por seu pai para "reprimir por todos os meios" o levantamento popular.

Saif al-Islam não ocupava nenhum cargo oficial, mas não deixava de ser o emissário de confiança do pai nas negociações internacionais, como nos acordos de indenização às famílias das vítimas dos atentados de Lockerbie de 1988 e do DC-10 da companhia UTA, de 1989.

O filho de Kadafi passou a ser conhecido no caso das enfermeiras búlgaras, libertadas em julho de 2007 na Líbia.

Um mês mais tarde, apresentou um projeto para modernizar o país, o que reavivou as especulações sobre uma possível sucessão.

O filho de Kadafi, que domina o inglês e o alemão, e fala um pouco de francês, expressa-se com calma e ponderação.

Lançou uma campanha de abertura de seu país nos meios de comunicação: em agosto de 2007 criou a primeira televisão e os dois primeiros jornais privados da Líbia.

Amante de pesca submarina, caça, equitação e pintura, denunciou a burocracia que o impedia de impor suas reformas.

Em dezembro de 2010, sua fundação anunciou que deixava a vida política local para dedicar-se a obras caritadade no exterior.

Nascido no dia 25 de junho de 1972 em Trípoli, seu nome significa Espada do Islã, em árabe. É o filho mais velho da segunda esposa do então homem forte da Líbia, hoje falecido, e o segundo de oito irmãos.

Estudou arquitetura na Universidade de Al-Fateh de Trípoli em 1995, além de cursar, durante cinco anos, Administração e Direção de Empresas na International Business School de Viena - onde construiu forte amizade com Jörg Haider, líder da ultradireita austríaca. Concluiu os estudos com um doutorado na prestigiada London School of Economics.

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