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Rússia e Síria querem intervenção da ONU no confronto contra o Iraque

Na França, Chirac pede por uma resolução pacífica deverá caminhar paralelamente à implementação de uma solução duradoura no Oriente Médio

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Da Redação

Publicado em 27 de março de 2011 às 09h28.

França e Rússia voltaram à carga contra as deliberações do presidente americano George W. Bush no confronto contra o Iraque. O presidente russo, Vladimir Putin, pediu, em conversa telefônica com o presidente americano, George Bush, que seja evitada uma "catástrofe humanitária" na guerra contra o Iraque.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Igor Ivanov, pediu nesta segunda-feira (24/3) uma reunião do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) para discutir a guerra liderada pelos Estados Unidos contra o Iraque. "A ONU e o Conselho de Segurança não podem, é claro, permanecer sem nenhum envolvimento com o que está acontecendo no Iraque", disse a agência de notícias russa Interfax citando o discurso de Ivanov.

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"Esperamos que essa questão se torne muito breve o assunto de completa e detalhada discussão no Conselho de Segurança", disse o ministro. A Rússia é membro permanente do Conselho de Segurança com poder de veto e está ao lado de França e China nesse caso do Iraque, isto é, em oposição às operações lideradas por Estados Unidos, Reino Unido e Austrália para derrubar o presidente iraquiano, Saddam Hussein.

A posição da Rússia agora encontra apoio também junto às nações árabes. A Síria, único país da região com assento rotativo no Conselho de Segurança na ONU, também anunciou que irá pedir uma reunião de emergência. A intenção foi manifestada pelo embaixador sírio nas Nações Unidas, Mijail Wehbeel. A decisão da Síria foi divulgada após encontro da Liga Árabe, que condenou a guerra e quer a retirada imediata das tropas aliadas do território iraqueano.

França
A Embaixada da França divulgou nesta segunda-feira (24/3) o conteúdo de uma carta enviada na sexta-feira (21) ao papa João Paulo II pelo presidente Jacques Chirac. Na carta, o presidente francês afirma que a "Comunidade das Nações deve unir seus esforços, dentro do âmbito das Nações Unidas, em favor da salvaguarda e do respeito às leis".

"Isto é verdadeiro no que se refere ao Iraque, onde será necessário atender às necessidades das populações civis e assegurar a reconstrução de um país preservado em sua unidade e soberania", disse Chirac. Para ele, uma resolução pacífica deverá caminhar paralelamente à implementação de uma solução duradoura no Oriente Médio, que leve em conta a necessidade de segurança de Israel e o respeito aos direitos do povo palestino.

O confronto
A rede de TV CNN informou que dois pilotos de helicóptero dos Estados Unidos foram capturados pelas tropas iraquianas. A emissora americana reproduziu também um comunicado que a a liderança iraquiana "encontra-se bem", inclusive o presidente Saddam Hussein, que detém "controle pleno" do país e das Forças Armadas. O pronunciamento foi feito pelo vice-primeiro-ministro Tariq Aziz.

Segundo a rede de TV americana CNN, uma unidade do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos assumiu o controle da sede regional do Partido Baath, de Saddam Hussein, na cidade portuária de Nasiriya, ao sul do Iraque. As forças norte-americanas anunciaram ter encontrado no prédio armas, caixas de munição e farto material de propaganda.

O ataque, que ocorreu no fim da noite de domingo, envolveu uma força de mais de cem soldados, apoiados por tanques. Soldados iraquianos que protegiam a sede do Baath teriam fugido pelos fundos do prédio. Nenhum militar foi capturado, mas vários civis que estavam na linha de fogo ficaram feridos.

Moradores de Umm Qasr revelaram aos soldados americanos a localização do prédio, afirmando que a sede era usada por soldados iraquianos. As tropas afirmaram, segundo a CNN, que Umm Qasr já está quase toda sob controle, mas suas forças ainda enfrentam pequenos focos de resistência armada.

Em Bagdá, as forças americanas e britânicas estão bombardeando a cidade desde quarta-feira (19/3) com o objetivo de derrubar o presidente Saddam Hussein. Chamada de "Choque e Pavor", a ação dos EUA e do Reino Unido lançou cerca de mil bombas e mil mísseis sobre o iraquiano.

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