Damasco: a declaração é dada horas após a organização Médicos Sem Fronteiras informar que um dos hospitais que apoia foi destruído em um ataque aéreo (Bassam Khabieh / Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2016 às 13h38.
Moscou - Aviões de combate russos continuarão a atingir alvos na região síria de Aleppo, independentemente de qualquer potencial cessar-fogo, afirmou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia nesta segunda-feira.
A declaração é dada horas após a organização Médicos Sem Fronteiras informar que um dos hospitais que apoia foi destruído em um ataque aéreo.
A notícia vinda da Rússia e o ataque de forças turcas contra combatentes curdos apoiados pelos Estados Unidos dificultam o acordo proposto na semana passada em Munique.
Há ceticismo sobre a iniciativa, que deixou muitos detalhes ainda em aberto.
Existem importantes diferenças em relação à cidade de Aleppo, a maior da Síria, onde autoridades russas apoiam as forças sírias do presidente Bashar al-Assad.
A Rússia em geral coloca no mesmo grupo muitos dos opositores moderados de Assad e também o Estado Islâmico e a Frente Nusra, como alvos de seus ataques aéreos.
"Nós estamos lutando com grupos terroristas [Estado Islâmico], a Frente Nusra e outros ligados à Al-Qaeda", disse o vice-ministro das Relações Exteriores russo, Gennady Gatilov, em entrevista à revista alemã Der Spiegel.
"Os ataques aéreos contra grupos terroristas continuarão de qualquer maneira, mesmo que seja fechado um cessar-fogo na Síria", garantiu ele.
Segundo a autoridade, o cessar-fogo deve incluir "aqueles que estão verdadeiramente interessados em começar um processo de negociação, não os terroristas".
O complexo conflito cada vez mais gera divergências entre as potências internacionais.
A Turquia, por exemplo, rechaça os apelos dos EUA e de outros aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para que não dispare contra forças curdas.
Gatilov disse que Moscou deseja que os curdos sírios participem das negociações de paz, apesar das objeções de Ancara.
Os Médicos Sem Fronteiras disseram que um dos hospitais que o grupo apoia na província de Idlib, no limite com a província de Aleppo, foi destruído por um ataque aéreo.
Pelo menos oito funcionários do local estavam desaparecidos. O Observatório Sírio pelos Direitos Humanos afirmou que nove pessoas foram mortas, entre elas uma criança.
O Observatório disse acreditar que a Rússia foi responsável pelo ataque, o que não foi confirmado oficialmente.