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Rússia ataca Ucrânia com mísseis um dia após Alemanha e EUA anunciarem envio de tanques

De acordo com Kiev, a Rússia lançou dezenas de mísseis e drones nesta quinta-feira, principalmente contra instalações de energia ucranianas

Civis buscam abrigo em estação de metrô de Kiev durante ataques russos (AFP/AFP)
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AFP

Publicado em 26 de janeiro de 2023 às 08h52.

A Rússia lançou uma nova salva de mísseis na Ucrânia nesta quinta-feira, 26, o que causou uma morte na capital e cortou a energia em várias regiões, um dia depois de os aliados de Kiev terem anunciado o envio de tanques pesados.

Moscou denunciou que esta entrega de equipamento pesado significou o "envolvimento direto" do Ocidente no conflito e intensificou seus combates em várias zonas da região de Donetsk (leste).

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De acordo com Kiev, a Rússia lançou dezenas de mísseis e drones nesta quinta-feira, principalmente contra instalações de energia ucranianas.

Um primeiro balanço revelou um morto e dois feridos na capital, segundo seu prefeito, Vitali Klitschko. A vítima mortal foi "um homem de 55 anos", disse a administração municipal.

Segundo a administração militar da cidade, essa morte foi causada pela queda de fragmentos de um míssil derrubado.

No total, as forças russas dispararam "mais de 30 mísseis" contra a Ucrânia na manhã desta quinta-feira, segundo um porta-voz militar. O Exército ucraniano diz ter derrubado 47 dos 55 mísseis lançados, assim como 24 drones Shahed de fabricação iraniana, durante a noite.

Por precaução, Kiev, sua região e duas outras realizaram cortes de energia de "emergência" para "evitar grandes danos à infraestrutura de energia, se mísseis inimigos atingirem seu alvo", informou a operadora de energia privada DTEK.

Na região de Odessa (sul), "dois locais de infraestrutura energética essencial" foram danificados, segundo as autoridades locais, sem causar vítimas. Os últimos ataques maciços da Rússia contra infraestruturas de energia ocorreram em 14 de janeiro.

Após vários reveses militares no terreno em meados do ano passado, o Kremlin mudou de rumo e começou a atacar transformadores e usinas de energia da Ucrânia em outubro.

Desde então, os cortes de energia se multiplicaram no país e deixaram milhões de civis ucranianos sem água potável e calefação no inverno.

Este novo ataque maciço ocorre um dia depois de Estados Unidos e Alemanha terem autorizado o envio de dezenas de veículos pesados de combate para a Ucrânia, uma decisão inédita nos 11 meses de guerra.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, agradeceu a seus aliados pelo fornecimento deste equipamento, reivindicado por Kiev há meses.

É "um passo importante no caminho para a vitória", disse o presidente. Mas "a chave agora é velocidade e volume" na entrega dos tanques, insistiu ele, em declaração na noite de quarta-feira.

O governo ucraniano estima que precisa de várias centenas de tanques para derrotar o Exército russo no leste e no sul do país.

A Alemanha especificou nesta quinta-feira que planeja entregar os tanques Leopard 2 "no final de março, início de abril", de acordo com seu ministro da Defesa, Boris Pistorius.

Essas entregas e a ajuda militar "não são uma ameaça ofensiva à Rússia", afirmou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Para o Kremlin, no entanto, é um "envolvimento direto" dos países ocidentais, unidos atrás da Ucrânia para enfraquecer a Rússia. "Em Moscou, vemos isso como um envolvimento direto no conflito e vemos [esse envolvimento] crescendo", disse o porta-voz presidencial russo Dmitri Peskov.

No terreno, as tropas russas estão "intensificando" os combates no leste, relatou a vice-ministra da Defesa ucraniana, Ganna Maliar.

Atualmente, o Exército ucraniano enfrenta a "superioridade em números e armas" da Rússia, acrescentou, citando a área em torno de Bakhmut — que Moscou tenta conquistar há vários meses — e os arredores de Vugledar, uma cidade no sudoeste de Donetsk.

É a primeira vez que Vugledar, de cerca de 15 mil habitantes antes da guerra, é citada no setor de combates "pesados".

Na quarta-feira, as forças ucranianas admitiram que se retiraram de Soledar, a nordeste de Bakhmut, agora em mãos russas. De acordo com um sargento ucraniano, cujo nome de guerra é "Alkor", "a batalha foi difícil".

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