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Rússia alerta EUA sobre possível revisão do acordo com o Irã

O ministro afirmou que reescrever o pacto, apoiado ativamente pelo ex-presidente Barack Obama, "abriria uma caixa de Pandora"

Irã: "Meu conselho aos colegas americanos sobre o acordo nuclear é muito simples: não tentem consertar o que não está quebrado" (Getty Images)
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EFE

Publicado em 6 de fevereiro de 2017 às 16h11.

Moscou - A Rússia alertou nesta segunda-feira os Estados Unidos sobre os riscos de uma possível tentativa de revisar o acordo nuclear com o Irã, após o governo do presidente Donald Trump ter aplicado novas sanções a Teerã pelo teste com míssil balístico realizado recentemente.

"Meu conselho aos colegas americanos sobre o acordo nuclear é muito simples: não tentem consertar o que não está quebrado", disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, em entrevista à imprensa local.

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Ryabkov afirmou que reescrever o pacto, apoiado ativamente pelo ex-presidente Barack Obama, "abriria uma caixa de Pandora".

"Seria arriscado demais tentar abrir um novo processo sobre um tema tão importante e buscar novas condições para o acordo", completou, lamentando as sanções contra o Irã ao afirmar que o teste com o míssil não viola o acordo nuclear.

Trump endureceu contra o Irã na última semana. Depois de determinar a adoção de sanções, o presidente republicano escreveu no Twitter que Teerã está "brincando com fogo".

"Não apreciam o quão amável o presidente Obama foi com eles. Eu não serei", disse Trump no Twitter.

Na sequência, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, disse que o governo Trump está avaliando se continuará ligado ao acordo nuclear, que foi duramente criticado por Trump na campanha eleitoral.

"Acredito que o presidente tomará essa decisão nos próximos dias. E ouvirá todos seus assessores. Mas vocês não devem se equivocar. O presidente tem tal determinação em suas decisões que conviria ao Irã pensar duas vezes antes de suas constantes ações hostis e beligerantes", ressaltou Pence.

O Kremlin também disse hoje que discorda da afirmação de Trump de que o Irã seja o "Estado terrorista número um" e defendeu que Teerã faça parte da coalizão internacional contra o terrorismo.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que o Irã deve ser incluído na coalizão que combaterá o Estado Islâmico e a Frente al Nusra.

"O Irã nunca se envolveu com o EI, com a Frente al Nusra, ou qualquer outra estrutura filiada a essas organizações ou incluída na lista de grupos terroristas da ONU. Eles contribuiram com a luta contra o EI através de destacamentos armados em território sírio, em resposta ao pedido legítimo do governo do país", disse Lavrov.

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