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Republicano se nega a deixar investigação sobre Rússia

Vários democratas pediram que ele se afastasse da análise sobre a Rússia, ao considerar que suas visões foram influenciadas pela equipe de Trump

Devin Nunes: o fato de Nunes ter supostamente se reunido com uma fonte na Casa Branca e depois ido até lá comunicar os resultados de sua pesquisa abriu dúvidas sobre sua independência do governo (Jonathan Ernst/Reuters)
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EFE

Publicado em 28 de março de 2017 às 15h53.

Washington - O presidente do Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, o republicano Devin Nunes, se recusou nesta terça-feira a sair da investigação sobre as supostas relações entre a Rússia e Donald Trump que seu comitê realiza, apesar dos crescentes pedidos dos democratas a respeito.

Nos corredores do Congresso, repórteres perguntaram a Nunes se ele deixaria a investigação e legislador respondeu: "Por que deveria fazer isso?".

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Vários legisladores democratas pediram que ele se afastasse da análise sobre a Rússia, ao considerar que suas visões foram influenciadas pela equipe de Trump, com a qual o representante trabalhou de maneira muito próxima durante a etapa de transição até a posse do magnata como presidente, em 20 de janeiro.

"Chegamos ao ponto, depois dos eventos da semana passada, em que é muito difícil manter a credibilidade das pesquisas se Nunes não sair da investigação sobre a campanha de Trump ou sua equipe de transição, da qual era parte", disse Adam Schiff, o democrata de maior categoria do comitê de Inteligência.

Na semana passada, Nunes foi sozinho à Casa Branca e, sem avisar aos membros de seu comitê, anunciou em entrevista coletiva que tinha informado ao presidente sobre a possibilidade de que suas comunicações tivessem sido interceptadas de maneira indireta, enquanto outros eram espionados com ordem judicial.

Nunes, no entanto, não revelou como obteve essa informação e disse apenas que tinha recebido dados de uma fonte anônima com quem se reuniu dentro do complexo da Casa Branca.

A ação gerou dúvidas sobre sua independência entre os legisladores democratas, mas também entre os republicanos.

As declarações de Nunes serviram para Trump reforçar as denúncias contra o ex-presidente Barack Obama, a quem acusou em meados do mês de ter ordenado grampear suas comunicações na Trump Tower, em Nova York, afirmação que levantou grande polêmica por ter sido feita sem qualquer prova.

O fato de Nunes ter supostamente se reunido com uma fonte na Casa Branca e depois ido até lá comunicar os resultados de sua pesquisa abriu dúvidas sobre sua independência do governo.

O próprio Nunes cancelou uma audiência pública prevista para hoje sobre a suposta ingerência russa no pleito presidencial de 2016 com o objetivo de favorecer Trump e prejudicar com ataques de hackers à candidatura da democrata, Hillary Clinton.

Nessa sessão testemunhariam importantes funcionários do governo do presidente Barack Obama, como o ex-diretor de Inteligência Nacional, James Clapper, que foi diretor da CIA, John Brennan, e a ex-subsecretária de Justiça Sally Yates.

O jornal "The Washington Post" afirma hoje que a ordem de suspender o depoimento de Sally Yates veio diretamente da Casa Branca.

O jornal, que cita cartas do Departamento de Justiça, assegura que a Casa Branca exigiu a ela que não testemunhasse em uma audiência pública do Congresso porque parte de seu depoimento e conhecimento está protegido por cláusulas de confidencialidade que impedem que se conheçam as comunicações com o presidente.

Em comunicado, o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, considerou que a história do jornal é "totalmente falsa" e garantiu que a Casa Branca não tomou medidas para evitar que Sally depusesse no Congresso.

Paralelamente à investigação aberta nos comitês de Inteligência do Senado e da Câmara dos Representantes, o FBI está realizando suas próprias pesquisas para averiguar se a Rússia tentou interferir no resultado das eleições.

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