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Representantes comemoram acordo sobre Síria, mas Rússia nega

Ministros dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança se reuniram com o secretário-geral da ONU

Veículos da ONU levando equipe de investigação de armas químicas da organização chega em Damasco, em 25 de setembro de 2013 (Khaled al-Hariri/Reuters)

Veículos da ONU levando equipe de investigação de armas químicas da organização chega em Damasco, em 25 de setembro de 2013 (Khaled al-Hariri/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2013 às 22h26.

Nações Unidas - Após semanas de impasse, cinco potências concordaram com as linhas gerais de um acordo sobre o arsenal químico da Síria, segundo três diplomatas ocidentais, embora a Rússia tenha dito que as divergências ainda não foram superadas.

Os ministros de Relações Exteriores dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas --Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia e China-- se reuniram durante o almoço com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disseram os diplomatas sob condição de anonimato.

Segundo eles, uma proposta de resolução poderá ser apresentada em breve ao plenário do Conselho, formado por 15 países. Além disso, acrescentaram, os cinco membros permanentes vão se reunir na sexta-feira para discutir uma proposta de conferência de paz para a Síria.

"Parece que as coisas estão avançando", disse uma fonte diplomática ocidental, acrescentando que houve "um acordo entre os cinco sobre o principal".

"Estamos mais próximos em todos os pontos principais", afirmou essa fonte.

Um terceiro diplomata também sugeriu que um acordo sobre o texto da resolução seja iminente.

Mas a Rússia negou que haja um consenso sobre os pontos principais. "Isso é apenas um pensamento otimista", afirmou o porta-voz da missão russa na ONU. "Não é a realidade. O trabalho a respeito do esboço de resolução prossegue." Uma fonte oficial dos EUA citou progressos, mas alertou que ainda há trabalho pela frente.

EUA e Rússia definiram preliminarmente neste mês as bases de um acordo que colocaria o arsenal químico sob controle internacional e pouparia o regime de Bashar al-Assad de sofrer uma ação militar norte-americana em retaliação ao uso de armas químicas contra civis.

Desde então, a negociação passou para o âmbito dos cinco membros permanentes do Conselho. A Rússia resiste a qualquer resolução que evoque o artigo 7º da Carta da ONU, que abriria espaço para sanções e ações militares contra o governo do seu aliado Assad.

Um diplomata ocidental que teve acesso ao esboço mais recente, antes do almoço com Ban, disse que a única referência ao artigo 7º vinha no fim: a ameaça de "impor medidas" amparadas por essa cláusula em caso de descumprimento. Para que a ameaça fosse levada a cabo, no entanto, seria necessária uma segunda resolução.

Em dois anos em meio de guerra civil na Síria, a Rússia usou repetidamente seu poder de veto, com ajuda da China, para vetar qualquer tipo de sanção a Assad.

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