Exame Logo

Relatório sobre Síria é "incontestável", diz ONU

Organização defende relatório de sua equipe de investigadores de armas químicas no país, que a Rússia considerou tendencioso

Equipe de peritos da ONU é vista em um dos locais onde ocorreu ataque com armas químicas, na Síria (Mohamed Abdullah/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2013 às 17h26.

Nações Unidas - A Organização das Nações Unidas afirmou nesta quarta-feira que a conclusão de que foguetes carregados com gás sarin foram utilizados em um ataque de 21 de agosto na Síria não é questionável, defendendo assim o relatório de sua equipe de investigadores de armas químicas, que a Rússia considerou tendencioso.

"Os resultados desse relatório são incontestáveis", disse a repórteres o porta-voz da Organização das Nações Unidas (ONU), Martin Nesirky. "Eles falam por si e esse foi um relatório completamente objetivo sobre esse incidente específico." Investigadores de armas químicas a serviço da ONU, liderados por Ake Sellstrom, da Suécia, confirmaram na segunda-feira o uso de gás sarin no ataque de 21 de agosto na periferia da capital síria, em um relatório há muito aguardado, e que os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a França disseram provar que as forças do presidente Bashar al-Assad foram as responsáveis.

A Rússia, porém, qualificou as conclusões de Sellstrom como preconcebidas e contaminadas pela política, intensificando assim sua crítica ao relatório. A Rússia, bem como o governo de Assad, diz que o ataque foi realizado pelos rebeldes. Segundo os Estados Unidos, foram mortas mais de 1.400 pessoas, incluindo mais de 400 crianças.

Nesirky declarou que a cadeia de responsabilidades por todas as amostras ambientais e biomédicas tomadas pelos inspetores foi meticulosamente documentada. Ele acrescentou que os peritos vão voltar à Síria o mais breve possível para continuar sua investigação sobre um incidente em Khan al-Asal, em março, e todas as outras "acusações dignas de crédito".

O mandato da Sellstrom limitou-se a investigar se armas químicas foram usadas, e não quem as usou. Mas as autoridades ocidentais dizem que os detalhes técnicos do relatório fornecem evidências claras de que as forças de Assad realizaram o ataque.

O grupo de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch afirmou na terça-feira que as trajetórias de foguetes detalhadas no relatório da ONU sugerem que projéteis com gás sarin foram lançados de uma base pertencente à Guarda Republicana, comandada pelo irmão de Assad, Maher.

Diplomatas de países ocidentais confirmaram o relato da Human Rights Watch.

De acordo com diplomatas em Nova York, o embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, questionou algumas das conclusões do relatório de Sellstrom em uma reunião do Conselho de Segurança na segunda-feira. Churkin, segundo eles, pediu que Sellstrom descrevesse a qualidade das armas que dispersaram o sarin.

"Os foguetes encontrados no local foram feitos por profissionais e, de acordo com o doutor Sellstrom, não tinham nenhuma das características de armas improvisadas, fabricadas às pressas", disse na terça-feira a embaixadora dos EUA, Samantha Power.

Separadamente, diplomatas de Estados Unidos, Rússia, Grã-Bretanha, França e China esperavam continuar nesta quarta-feira as negociações sobre uma resolução elaborada por países ocidentais para exigir a destruição do arsenal de armas químicas da Síria, como parte de um acordo russo-norte-americano fechado no fim de semana.

Veja também

Nações Unidas - A Organização das Nações Unidas afirmou nesta quarta-feira que a conclusão de que foguetes carregados com gás sarin foram utilizados em um ataque de 21 de agosto na Síria não é questionável, defendendo assim o relatório de sua equipe de investigadores de armas químicas, que a Rússia considerou tendencioso.

"Os resultados desse relatório são incontestáveis", disse a repórteres o porta-voz da Organização das Nações Unidas (ONU), Martin Nesirky. "Eles falam por si e esse foi um relatório completamente objetivo sobre esse incidente específico." Investigadores de armas químicas a serviço da ONU, liderados por Ake Sellstrom, da Suécia, confirmaram na segunda-feira o uso de gás sarin no ataque de 21 de agosto na periferia da capital síria, em um relatório há muito aguardado, e que os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a França disseram provar que as forças do presidente Bashar al-Assad foram as responsáveis.

A Rússia, porém, qualificou as conclusões de Sellstrom como preconcebidas e contaminadas pela política, intensificando assim sua crítica ao relatório. A Rússia, bem como o governo de Assad, diz que o ataque foi realizado pelos rebeldes. Segundo os Estados Unidos, foram mortas mais de 1.400 pessoas, incluindo mais de 400 crianças.

Nesirky declarou que a cadeia de responsabilidades por todas as amostras ambientais e biomédicas tomadas pelos inspetores foi meticulosamente documentada. Ele acrescentou que os peritos vão voltar à Síria o mais breve possível para continuar sua investigação sobre um incidente em Khan al-Asal, em março, e todas as outras "acusações dignas de crédito".

O mandato da Sellstrom limitou-se a investigar se armas químicas foram usadas, e não quem as usou. Mas as autoridades ocidentais dizem que os detalhes técnicos do relatório fornecem evidências claras de que as forças de Assad realizaram o ataque.

O grupo de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch afirmou na terça-feira que as trajetórias de foguetes detalhadas no relatório da ONU sugerem que projéteis com gás sarin foram lançados de uma base pertencente à Guarda Republicana, comandada pelo irmão de Assad, Maher.

Diplomatas de países ocidentais confirmaram o relato da Human Rights Watch.

De acordo com diplomatas em Nova York, o embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, questionou algumas das conclusões do relatório de Sellstrom em uma reunião do Conselho de Segurança na segunda-feira. Churkin, segundo eles, pediu que Sellstrom descrevesse a qualidade das armas que dispersaram o sarin.

"Os foguetes encontrados no local foram feitos por profissionais e, de acordo com o doutor Sellstrom, não tinham nenhuma das características de armas improvisadas, fabricadas às pressas", disse na terça-feira a embaixadora dos EUA, Samantha Power.

Separadamente, diplomatas de Estados Unidos, Rússia, Grã-Bretanha, França e China esperavam continuar nesta quarta-feira as negociações sobre uma resolução elaborada por países ocidentais para exigir a destruição do arsenal de armas químicas da Síria, como parte de um acordo russo-norte-americano fechado no fim de semana.

Acompanhe tudo sobre:ArmasDiplomaciaGuerrasSíria

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame