"Rei de chocolate" lidera pesquisa eleitoral na Ucrânia
"Não há dinheiro cinza, nem negro, nem branco. Ou combatemos a corrupção, ou estamos envolvidos nela", afirmou o magnata ucraniano Petro Poroshenko
Da Redação
Publicado em 22 de maio de 2014 às 19h23.
Moscou - O magnata ucraniano Petro Poroshenko, conhecido como o "rei do chocolate" por seu império de doces e bombons, é o grande favorito para vencer as eleições presidenciais de domingo na Ucrânia , em grande parte por patrocinar os protestos do último inverno.
"Não há dinheiro cinza, nem negro, nem branco. Ou combatemos a corrupção, ou estamos envolvidos nela", afirmou Poroshenko, um dos homens mais ricos da Ucrânia, durante a campanha eleitoral.
Embora tenha centrado sua campanha na luta contra a corrupção, não é por isso por isso que Poroshenko lidera as enquetes com grande vantagem sobre sua principal rival, a ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko.
Poroshenko foi o principal patrocinador do Maidan, o movimento de protesto pacífico que desembocou em violentos distúrbios e provocou, no último mês de fevereiro, a queda do presidente Viktor Yanukovich.
Os ucranianos premiaram sua generosidade com índices de popularidade que rondam 50% de intenções de voto e que poderiam garantir sua vitória já no primeiro turno.
Ao contrário da Revolução Laranja de 2004, quando participou ativamente nos comícios em Kiev, Poroshenko manteve um perfil discreto durante o Maidan e deixou que outros sofressem o desgaste.
Uma vez confirmada que sua candidatura era a mais promissora, o líder mais carismático dos protestos populares, o boxeador Vitali Klitschko, lhe cedeu a passagem e preferiu candidatar-se à prefeitura de Kiev.
Logo após apresentar sua candidatura, Poroshenko estendeu a mão a Tymoshenko, mas esta rejeitou a proposta e prometeu uma luta sem quartel contra o oligarca, com quem não tem uma boa relação desde 2005.
Os analistas consideram que a Revolução Laranja fracassou devido à incompatibilidade entre Tymoshenko, então primeira-ministra, e Poroshenko, braço direito do presidente Viktor Yushchenko.
Desde então, se afastou da política durante vários anos para concentrar-se em seu império empresarial, liderado pela Roshen, considerada uma das maiores companhias mundiais em produção de bombons e doces.
Durante a campanha, o candidato contou com a vantagem de ser o dono de vários meios de comunicação, o que lhe permitiu evitar os debates e propagar sua mensagem eleitoral sem quase participar de atos.
Ao contrário de seu rival, Poroshenko optou por uma campanha sem estridências, na qual deu prioridade a propostas concretas, afastadas do caráter populista dos demais candidatos.
Entre outras coisas, prometeu convocar eleições parlamentares no final do ano para acabar com a interinidade do governo de união nacional criado após a queda de Yanukovich.
Antes de apresentar sua candidatura, viajou para Crimeia para tentar mediar o conflito na península pró-russa, mas durante sua visita a Simferopol foi recebido por uma multidão agressiva, e essas imagens podem ajudar a garantir bons resultados eleitorais.
Também lhe beneficiou o fato de que a Roshen fosse uma das principais vítimas do bloqueio ao qual a Rússia submeteu em 2013 as exportações ucranianas, antes inclusive da explosão dos protestos populares.
Quanto às tensas relações com o Kremlin, ele preferiu ficar em cima do muro: prometeu apresentar uma denúncia nos tribunais internacionais contra a Rússia pela anexação da Crimeia e, ao mesmo tempo, normalizar as relações com o país vizinho em um prazo de três meses.
Poroshenko acusou a Rússia de instigar a sublevação pró-russa no leste ucraniano - duas regiões se proclamaram independentes - e advogou por reforçar as Forças Armadas para defender o país em caso de uma agressão estrangeira.
Mas o candidato também anunciou que, se ganhar o pleito, sua primeira viagem no cargo será ao leste pró-russo, para recuperar a confiança de sua gente no governo central.
Em uma demonstração de seu caráter camaleônico, Poroshenko foi um dos fundadores do Partido das Regiões, o mais votado no leste de maioria de origem russa; e ostentou cargos de responsabilidade no governo quando eram presidentes tanto Yushchenko como Yanukovich.
Poroshenko criou para si uma imagem moderada, muito afastada do radicalismo de Tymoshenko, que o transforma em um candidato ideal em tempos de crise, tanto para a Rússia como para o Ocidente.
Moscou - O magnata ucraniano Petro Poroshenko, conhecido como o "rei do chocolate" por seu império de doces e bombons, é o grande favorito para vencer as eleições presidenciais de domingo na Ucrânia , em grande parte por patrocinar os protestos do último inverno.
"Não há dinheiro cinza, nem negro, nem branco. Ou combatemos a corrupção, ou estamos envolvidos nela", afirmou Poroshenko, um dos homens mais ricos da Ucrânia, durante a campanha eleitoral.
Embora tenha centrado sua campanha na luta contra a corrupção, não é por isso por isso que Poroshenko lidera as enquetes com grande vantagem sobre sua principal rival, a ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko.
Poroshenko foi o principal patrocinador do Maidan, o movimento de protesto pacífico que desembocou em violentos distúrbios e provocou, no último mês de fevereiro, a queda do presidente Viktor Yanukovich.
Os ucranianos premiaram sua generosidade com índices de popularidade que rondam 50% de intenções de voto e que poderiam garantir sua vitória já no primeiro turno.
Ao contrário da Revolução Laranja de 2004, quando participou ativamente nos comícios em Kiev, Poroshenko manteve um perfil discreto durante o Maidan e deixou que outros sofressem o desgaste.
Uma vez confirmada que sua candidatura era a mais promissora, o líder mais carismático dos protestos populares, o boxeador Vitali Klitschko, lhe cedeu a passagem e preferiu candidatar-se à prefeitura de Kiev.
Logo após apresentar sua candidatura, Poroshenko estendeu a mão a Tymoshenko, mas esta rejeitou a proposta e prometeu uma luta sem quartel contra o oligarca, com quem não tem uma boa relação desde 2005.
Os analistas consideram que a Revolução Laranja fracassou devido à incompatibilidade entre Tymoshenko, então primeira-ministra, e Poroshenko, braço direito do presidente Viktor Yushchenko.
Desde então, se afastou da política durante vários anos para concentrar-se em seu império empresarial, liderado pela Roshen, considerada uma das maiores companhias mundiais em produção de bombons e doces.
Durante a campanha, o candidato contou com a vantagem de ser o dono de vários meios de comunicação, o que lhe permitiu evitar os debates e propagar sua mensagem eleitoral sem quase participar de atos.
Ao contrário de seu rival, Poroshenko optou por uma campanha sem estridências, na qual deu prioridade a propostas concretas, afastadas do caráter populista dos demais candidatos.
Entre outras coisas, prometeu convocar eleições parlamentares no final do ano para acabar com a interinidade do governo de união nacional criado após a queda de Yanukovich.
Antes de apresentar sua candidatura, viajou para Crimeia para tentar mediar o conflito na península pró-russa, mas durante sua visita a Simferopol foi recebido por uma multidão agressiva, e essas imagens podem ajudar a garantir bons resultados eleitorais.
Também lhe beneficiou o fato de que a Roshen fosse uma das principais vítimas do bloqueio ao qual a Rússia submeteu em 2013 as exportações ucranianas, antes inclusive da explosão dos protestos populares.
Quanto às tensas relações com o Kremlin, ele preferiu ficar em cima do muro: prometeu apresentar uma denúncia nos tribunais internacionais contra a Rússia pela anexação da Crimeia e, ao mesmo tempo, normalizar as relações com o país vizinho em um prazo de três meses.
Poroshenko acusou a Rússia de instigar a sublevação pró-russa no leste ucraniano - duas regiões se proclamaram independentes - e advogou por reforçar as Forças Armadas para defender o país em caso de uma agressão estrangeira.
Mas o candidato também anunciou que, se ganhar o pleito, sua primeira viagem no cargo será ao leste pró-russo, para recuperar a confiança de sua gente no governo central.
Em uma demonstração de seu caráter camaleônico, Poroshenko foi um dos fundadores do Partido das Regiões, o mais votado no leste de maioria de origem russa; e ostentou cargos de responsabilidade no governo quando eram presidentes tanto Yushchenko como Yanukovich.
Poroshenko criou para si uma imagem moderada, muito afastada do radicalismo de Tymoshenko, que o transforma em um candidato ideal em tempos de crise, tanto para a Rússia como para o Ocidente.