Regime sírio demoliu milhares de casas ilegalmente, diz ONG
Autoridades sírias demoliram nos últimos dois anos milhares de casas em Damasco e na província central de Hama, afirma Human Rights Watch
Da Redação
Publicado em 30 de janeiro de 2014 às 08h48.
Beirute - As autoridades sírias demoliram nos últimos dois anos, proposital e ilegalmente, milhares de casas em Damasco e na província central de Hama, de acordo com imagens de satélite, testemunhas e documentos audiovisuais acessados pelo Human Rights Watch (HRW), denuncia nesta quinta-feira a organização em um relatório.
A ONG expõe sete casos de demolições em grande escala com explosivos e escavadeiras, que poderiam ser "castigos propositais contra a população civil ou para causar danos desproporcionais aos civis", já que não tinham nenhum objetivo militar.
Entre julho de 2012 e julho de 2013, as autoridades demoliram uma área de pelo menos 140 hectares, equivalente a 200 campos de futebol, nos bairros de Al Masha, Al Arbin, Uadi al Yuz, em Hama e em Qabun, Al Tadamun, Barze, Harran al Auamid e próximo ao aeroporto militar de Meze, em Damasco.
A HRW destacou que muitos dos imóveis destruídos eram blocos de apartamentos com muitos andares. As demolições fizeram com que milhares de famílias perdessem seus lares nesses bairros, considerados redutos da oposição .
De acordo com funcionários do governo e meios de comunicação pró-regime, as demolições são parte de projetos de planejamento urbano para acabar com as construções ilegais.
No entanto, segundo a HRW, as demolições foram supervisadas pelo exército e, algumas vezes, ocorreram após confrontos entre forças do governo e opositores. A organização também ressaltou que não foram registradas demolições similares em zonas pró-governo.
Uma mulher, que mora perto de Uadi al Yuz, um dos bairros afetados, disse à HRW que antes das demolições as Forças Armadas chegaram ao bairro e advertiram à população com alto-falantes que destruiriam o lugar, como tinham feito com outras áreas, caso algum tiro fosse disparado no local.
Vários proprietários de casas destruídas disseram à ONG que, ao contrário do que afirma o governo, seus imóveis tinham todas as permissões e documentos exigidos pelas autoridades.
Além disso, reclamaram que as forças do regime não avisaram posteriormente sobre as medidas que iam tomar, por isso foi impossível a retirada dos pertences. Os moradores também não receberam nenhum tipo de indenização.
Em declarações a um jornalista estrangeiro em outubro de 2012, o governador da periferia de Damasco, Hussein Majluf, reconheceu que as demolições eram essenciais para expulsar os combatentes da oposição.
Para o investigador de Emergências da HRW Ole Solvang, "varrer bairros inteiros do mapa não é uma tática de guerra legítima".
"Ninguém deveria se deixar enganar pelas afirmações de que o governo está realizando um plano de urbanismo no meio de um conflito sangrento, disse Solvang. Isso foi um castigo coletivo contra comunidades suspeitas de apoiar a oposição".
A HRW apelou ao regime de Bashar al Assad que se comprometa a deter imediatamente as demolições, "que violam a lei internacional", e compensar os afetados, no âmbito das negociações de Genebra 2.
Além disso, considerou que o Conselho de Segurança da ONU deveria transferir o caso da Síria ao Tribunal Penal Internacional.
Beirute - As autoridades sírias demoliram nos últimos dois anos, proposital e ilegalmente, milhares de casas em Damasco e na província central de Hama, de acordo com imagens de satélite, testemunhas e documentos audiovisuais acessados pelo Human Rights Watch (HRW), denuncia nesta quinta-feira a organização em um relatório.
A ONG expõe sete casos de demolições em grande escala com explosivos e escavadeiras, que poderiam ser "castigos propositais contra a população civil ou para causar danos desproporcionais aos civis", já que não tinham nenhum objetivo militar.
Entre julho de 2012 e julho de 2013, as autoridades demoliram uma área de pelo menos 140 hectares, equivalente a 200 campos de futebol, nos bairros de Al Masha, Al Arbin, Uadi al Yuz, em Hama e em Qabun, Al Tadamun, Barze, Harran al Auamid e próximo ao aeroporto militar de Meze, em Damasco.
A HRW destacou que muitos dos imóveis destruídos eram blocos de apartamentos com muitos andares. As demolições fizeram com que milhares de famílias perdessem seus lares nesses bairros, considerados redutos da oposição .
De acordo com funcionários do governo e meios de comunicação pró-regime, as demolições são parte de projetos de planejamento urbano para acabar com as construções ilegais.
No entanto, segundo a HRW, as demolições foram supervisadas pelo exército e, algumas vezes, ocorreram após confrontos entre forças do governo e opositores. A organização também ressaltou que não foram registradas demolições similares em zonas pró-governo.
Uma mulher, que mora perto de Uadi al Yuz, um dos bairros afetados, disse à HRW que antes das demolições as Forças Armadas chegaram ao bairro e advertiram à população com alto-falantes que destruiriam o lugar, como tinham feito com outras áreas, caso algum tiro fosse disparado no local.
Vários proprietários de casas destruídas disseram à ONG que, ao contrário do que afirma o governo, seus imóveis tinham todas as permissões e documentos exigidos pelas autoridades.
Além disso, reclamaram que as forças do regime não avisaram posteriormente sobre as medidas que iam tomar, por isso foi impossível a retirada dos pertences. Os moradores também não receberam nenhum tipo de indenização.
Em declarações a um jornalista estrangeiro em outubro de 2012, o governador da periferia de Damasco, Hussein Majluf, reconheceu que as demolições eram essenciais para expulsar os combatentes da oposição.
Para o investigador de Emergências da HRW Ole Solvang, "varrer bairros inteiros do mapa não é uma tática de guerra legítima".
"Ninguém deveria se deixar enganar pelas afirmações de que o governo está realizando um plano de urbanismo no meio de um conflito sangrento, disse Solvang. Isso foi um castigo coletivo contra comunidades suspeitas de apoiar a oposição".
A HRW apelou ao regime de Bashar al Assad que se comprometa a deter imediatamente as demolições, "que violam a lei internacional", e compensar os afetados, no âmbito das negociações de Genebra 2.
Além disso, considerou que o Conselho de Segurança da ONU deveria transferir o caso da Síria ao Tribunal Penal Internacional.