Rebeldes tomam tesouraria e filial de banco na Ucrânia
Milicianos pró-russos tomaram o escritório do Tesouro regional e a filial do Banco Nacional da Ucrânia na cidade de Donetsk
Da Redação
Publicado em 16 de junho de 2014 às 14h32.
Kiev - Os milicianos pró-russos tomaram nesta segunda-feira o escritório do Tesouro regional e a filial do Banco Nacional da Ucrânia na cidade de Donetsk, o que paralisou o sistema financeiro desta região do leste da Ucrânia.
"Os milicianos da "república popular de Donetsk" bloquearam o trabalho do Tesouro regional. Isto terá consequências mais nefastas para os habitantes da região", lamentou o governador ucraniano de Donetsk, Sergei Taruta.
Taruta, designado governador por Kiev, alertou que centenas de milhares de aposentados, trabalhadores públicos e cidadãos ficarão sem suas pensões, salários e auxílios, mesmo que "o Estado conte com todos os recursos para cumprir com suas obrigações".
A tomada da filial do Banco Nacional da Ucrânia por um grupo de homens armados também foi confirmada pela Administração municipal de Donetsk.
Em comunicado, o governo ucraniano reconheceu que "o sistema financeiro da região ficou paralisado" e que os impostos que devem ser pagos pelas empresas de Donetsk não chegam aos cofres do Estado.
O Banco Nacional, por outra parte, não pode garantir o sistema de pagamentos eletrônicos e nem a liquidez das filiais bancárias na região.
Além das estruturas bancárias, os insurgentes também tomaram o escritório da Companhia de Calefação e Energia de Donetsk, propriedade do oligarca Rinat Ajmetov, o magnata mais rico da Ucrânia.
Um porta-voz dos rebeldes pró-russos explicou à agência russa "RIA Novosti" que exigem à empresa que "pague seus impostos à "república popular de Donetsk" e não à Ucrânia".
Na última semana, os líderes da autoproclamada república, que se declararam independente da Ucrânia, tomaram a decisão de assumir o controle das finanças e da política fiscal da região.
Em meados de maio, Ajmetov, oriundo da região rebelde e dono do conglomerado industrial de Donetsk, se mostrou disposto a lutar contra os líderes insurgentes.