Rebeldes comunistas dizem que paz nas Filipinas está distante
O presidente filipino, Rodrigo Duterte, que se apresenta como "socialista", converteu a resolução do conflito em uma de suas prioridades
AFP
Publicado em 17 de janeiro de 2017 às 11h48.
Última atualização em 17 de janeiro de 2017 às 11h50.
Os rebeldes comunistas filipinos advertiram nesta terça-feira, a dois dias da retomada na Itália das negociações de paz, que o acordo que o governo esperava para este ano não será fechado provavelmente antes de 2019.
Os representantes da Frente Democrática Nacional das Filipinas (NDFP, em inglês), vitrine política de uma rebelião que dura quase meio século, explicaram em um comunicado que os combatentes em terra se sentem frustrados pelas "promessas descumpridas" de Manila e, consequentemente, pedem o fim do cessar-fogo.
"O NDFP vai a Roma para a terceira rodada de negociações, como sempre determinado a fazer as negociações de paz avançarem, mas cada vez mais preocupado sobre a sinceridade da outra parte", afirmou o chefe negociador dos rebeldes, Fidel Agcaoili, citado no comunicado.
Fundado em dezembro de 1968, o Partido Comunista das Filipinas tomou as armas três meses depois para derrubar um sistema capitalista que considerava injusto. Ao menos 30.000 pessoas morreram neste conflito, segundo números do exército.
O presidente filipino, Rodrigo Duterte, que se apresenta como "socialista", converteu a resolução do conflito em uma de suas prioridades. Lançou as negociações pouco depois de sua posse, no fim de junho, além de nomear três comunistas em seu governo.
Em seu primeiro encontro, no fim de agosto em Oslo, as duas partes haviam assinado uma trégua ilimitada. O governo disse então esperar um acordo de paz em 12 meses.
Mas Agcaoili considerou que os rebeldes precisarão de ao menos mais dois anos. Por enquanto, as duas partes só se referiram a reformas políticas e econômicas, e não começaram as negociações sobre um acordo de paz definitivo.