Síria: Putin e Obama também se comprometeram a garantir o livre acesso da ajuda humanitária ao país árabe (Bassam Khabieh / Reuters)
Da Redação
Publicado em 18 de abril de 2016 às 15h39.
Moscou - Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e dos Estados Unidos, Barack Obama, decidiram nesta segunda-feira reforçar o cessar-fogo na Síria, onde os combates se intensificaram nos últimos dias, especialmente em torno da cidade de Aleppo.
"Com esse fim serão adotadas novas medidas para reagir de maneira operacional às violações do cessar-fogo", em vigor desde o final de fevereiro, informou o Kremlin em comunicado após a conversa por telefone de ambos presidentes.
Além disso, estes decidiram aprofundar sua coordenação no terreno, especialmente entre os serviços secretos e as estruturas de Defesa.
Putin e Obama, de quem partiu a iniciativa de conversar hoje por telefone, também se comprometeram a garantir o livre acesso da ajuda humanitária ao país árabe.
Para isso, o chefe do Kremlin destacou a importância de fechar o mais rápido possível a fronteira entre Síria e Turquia, "de onde seguem se infiltrando guerrilheiros e chegam provisões de armamento para os extremistas".
Putin também defendeu "o rápido distanciamento" entre a oposição "moderada" e grupos jihadistas como o Estado Islâmico e a Frente al Nusra, problema que dificulta a recuperação de Aleppo, segundo declarou hoje a chancelaria russa.
A respeito das negociações de Genebra, os presidentes da Rússia e dos EUA ressaltaram sua importância para conseguir a regulação política do conflito.
Obama também aproveitou a ocasião para agradecer a Putin por sua inestimável colaboração na hora de propiciar a recente libertação do fotógrafo Kevin Patrick Dawes, detido na Síria desde 2012.
O mediador da ONU, Staffan de Mistura, disse hoje em Genebra que a cessação das hostilidades na Síria se mantém, mas que está claramente em perigo, após novos combates registrados no noroeste do país.
No marco das negociações, o diplomata suíço antecipou que a delegação da oposição síria suspendeu sua "participação formal" nas mesmas como demonstração de repulsa pela escalada dos combates e pela situação humanitária.
A oposição rejeitou no sábado a possibilidade que o líder sírio, Bashar al Assad, permaneça no poder durante a transição até a realização de novas eleições, mesmo cedendo suas faculdades políticas.