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Proibição de espionagem de aliados dos EUA agrada Alemanha

País recebeu bem a promessa feita pelo presidente norte-americano

Membros do grupo Code Pink durante uma manifestação contra o presidente Barack Obama e a NSA antes de sua chega no Departamento de Justiça, em Washington (Larry Downing/Reuters)

Membros do grupo Code Pink durante uma manifestação contra o presidente Barack Obama e a NSA antes de sua chega no Departamento de Justiça, em Washington (Larry Downing/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de janeiro de 2014 às 19h11.

Berlim - A Alemanha recebeu bem a promessa feita nesta sexta-feira pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de proibir a espionagem de líderes de países aliados, depois que as relações bilaterais foram abaladas no ano passado por informações de que os norte-americanos tinham monitorado o celular da chanceler alemã, Angela Merkel.

O governo alemão disse que vai continuar pressionando por um acordo abrangente de "não espionagem" com Washington, bem além de focar apenas em Merkel, em decorrência dos relatos de vigilância secreta do telefone dela pela Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA.

"O governo alemão vai analisar de perto o anúncio feito pelo presidente dos EUA", disse à Reuters o porta-voz de Merkel, Steffen Seibert, assinalando que muitos alemães estavam com razão preocupados com a segurança de seus dados privados.

"O governo alemão fundamentalmente recebe bem o fato de que essa proteção de dados e direitos de cidadãos de fora dos EUA será respeitada mais estreitamente no futuro", disse Seibert.

No seu discurso, Obama proibiu a espionagem de líderes e aliados próximos dos EUA e começou a adotar medidas para o controle da vasta coleta de dados de telefonemas dos norte-americanos, como parte de uma série de reformas desencadeada pelas revelações de Edward Snowden.

Obama adotou medidas para garantir aos norte-americanos e também aos estrangeiros que os Estados Unidos levarão em consideração as preocupações com privacidade surgidas depois que Edward Snowden, ex-prestador de serviços de espionagem, revelou a extensão das atividades de monitoramento da NSA.

A medida tem como objetivo melhorar as relações desgastadas entre os EUA e a Alemanha, entre outros países. O ministro de Relações Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier, também fez comentários positivos sobre o discurso de Obama.

"O presidente Obama esboçou hoje um processo para limitar e controlar as agências americanas de inteligência, que envolverá o Congresso e o público", disse Steinmeier. "Nós saudamos a medida porque cria a base por uma mais ampla discussão pública nos Estados Unidos, que já começou." O porta-voz de Merkel, Seibert, acrescentou que a contínua cooperação entre agências de inteligência dos EUA e da Alemanha é do interesse mútuo, mesmo considerando, disse ele, que os dados e os direitos de privacidade dos cidadãos alemães têm de ser protegidos.

"O governo alemão ainda acredita que a lei alemã tem de ser respeitada em solo alemão, especialmente por nossos aliados e parceiros mais próximos", afirmou Seibert. "Em vista do discurso de hoje, nós vamos continuar as conversações para encontrar uma nova base de cooperação entre nossas agências de inteligência."

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