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Procuradores do Peru interrogam Marcelo Odebrecht

Segundo a Promotoria, "o senhor Odebrecht foi bastante explícito em todas as suas respostas" sobre irregularidades do grupo no país

Marcelo Odebrecht: a Promotoria buscava informações sobre anotações encontradas na agenda e no celular do empresário (Rodolfo Buhrer/Reuters)

Marcelo Odebrecht: a Promotoria buscava informações sobre anotações encontradas na agenda e no celular do empresário (Rodolfo Buhrer/Reuters)

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AFP

Publicado em 10 de novembro de 2017 às 10h54.

Procuradores peruanos interrogaram nesta quinta-feira, em Curitiba, o empresário Marcelo Odebrecht sobre irregularidades do grupo brasileiro no Peru envolvendo subornos para a obtenção de obras públicas.

"O senhor Odebrecht foi bastante explícito em todas as suas respostas. A diligência durou pouco mais de quatro horas e faz parte da nossa obrigação manter sigilo" sobre o depoimento, disse à imprensa o coordenador da Procuradoria de Lavagem de Ativos do Peru, Rafael Vela.

A Procuradoria havia informado que buscava informações sobre anotações encontradas na agenda e no celular de Marcelo Odebrecht, incluindo as siglas AG e OH, que para alguns políticos peruanos se referem aos ex-presidentes Alan García e Ollanta Humala.

Também há a anotação "Aumentar Keiko para 500 e eu fazer visita", que envolveria a líder opositora Keiko Fujimori, ex-candidata presidencial em 2011 e 2016.

O interrogatório foi acompanhado pelo advogado de Keiko, Edward García, que "ficou satisfeito" com as declarações.

A Odebrecht admite ter pago 29 milhões de dólares em subornos no Peru entre 2005 e 2014, durante os governos dos presidentes Alejandro Toledo, García e Humala.

Toledo é acusado de ter recebido 20 milhões de dólares do grupo brasileiro, enquanto Humala e sua mulher cumprem prisão preventiva de 18 meses por suposta contribuição ilegal de campanha em 2011, totalizando 3 milhões de dólares, também da Odebrecht.

No primeiro interrogatório de procuradores peruanos a Marcelo Odebrecht, em maio passado, o executivo admitiu ter entregue dinheiro a Humala, atendendo a pedido do Partido dos Trabalhadores (PT), dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

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