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Primeiro-ministro turco diz que Rússia se comporta como o EI

O líder comparou a Rússia com o grupo jihadista Estado Islâmico e acusou o país de realizar "ataques bárbaros contra a população civil"


	Ahmet Davutoglu: "Enquanto se negociava (a paz na Síria), um míssil lançado pela Rússia desde as águas do mar Cáspio caiu sobre um hospital"
 (Adem Altan/AFP)

Ahmet Davutoglu: "Enquanto se negociava (a paz na Síria), um míssil lançado pela Rússia desde as águas do mar Cáspio caiu sobre um hospital" (Adem Altan/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2016 às 11h19.

Kiev - O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, acusou nesta segunda-feira a Rússia de perpetrar "crimes contra a humanidade" na Síria e ameaçou Moscou com "uma resposta extremamente contundente se país seguir se comportando como uma organização terrorista".

Davutoglu, que ofereceu em Kiev uma entrevista coletiva conjunta com o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, não precisou as medidas que a Turquia considera tomar contra a Rússia.

O líder comparou a Rússia com o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) e acusou o país de realizar "ataques bárbaros contra a população civil" com sua campanha aérea em apoio à ofensiva terrestre do Exército sírio.

"Enquanto se negociava (a paz na Síria), um míssil lançado pela Rússia desde as águas do mar Cáspio caiu sobre um hospital e um colégio, o que provocou a morte de população civil", ressaltou o chefe do governo turco.

Davutoglu se referiu à morte ontem de pelo menos dez civis, entre eles três menores e duas mulheres, em um suposto bombardeio de aviões russos contra as imediações de um hospital da cidade síria de Azaz, fronteiriça com a Turquia, segundo denunciou o opositor Observatório Sírio de Direitos Humanos.

"Quero dizer que mais de 2,5 milhões de cidadãos inocentes, mulheres e crianças, vítimas dos bombardeios, estão atualmente em território da Turquia", denunciou Davutoglu.

Por outro lado, o primeiro-ministro turco se solidarizou com a Ucrânia e responsabilizou Moscou pelo início de "uma nova concepção da política" exterior baseada no "expansionismo e na agressividade".

"Isto começou com a autoproclamada república da Abkhazia e continuou com Crimeia. Atualmente são três os países cuja integridade territorial a Rússia violou: Geórgia, Ucrânia e Síria", indicou Davutoglu.

As relações entre Rússia e Turquia estão congeladas desde que, segundo Moscou, um caça turco derrubou em novembro na fronteira síria um bombardeiro russo Su-24, com um piloto morto por um grupo de guerrilheiros quando descia em paraquedas.

O presidente russo, Vladimir Putin, acusou a Turquia de derrubar o avião para proteger as vias de provisão do petróleo que o grupo jihadista Estado Islâmico extrai nos territórios sob seu controle na Síria e Iraque, o que foi negado categoricamente por Erdogan.

Também as relações entre Ucrânia e Rússia passam pelo pior momento de sua história após a derrocada do presidente ucraniano Viktor Yanukovich, a anexação da península da Crimeia por Moscou e a rebeldia pró-russa no Donbass ucraniano, respaldada pelo Kremlin.

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