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Presidente ucraniano faz acordo com Putin sobre fronteira

Presidente da Ucrânia anunciou um acordo com Moscou para recuperar o pleno controle da fronteira entre Rússia e Ucrânia

Petro Poroshenko: presidente disse que neste inverno "a Ucrânia terá gás, e terá calefação" graças a um acordo sobre o preço provisório do gás russo (Gleb Garanich/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2014 às 13h08.

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, afirmou que seu país não passará frio no inverno graças a um acordo provisório com Vladimir Putin sobre a retomada do fornecimento de gás russo, a uma semana das eleições legislativas, que serão determinantes para o líder pró-ocidental em Kiev.

Poroshenko, um magnata do chocolate que chegou à Presidência do país em junho, anunciou também um acordo com Moscou para recuperar o pleno controle da fronteira entre Rússia e Ucrânia. Para Kiev, esta é uma condição fundamental para pacificar o leste do país, onde o conflito entre as forças armadas e os separatistas pró-russos deixaram mais de 3.600 mortos desde abril.

O presidente fez estes anúncios à tv ucraniana no sábado à noite, depois de ter se reunido na sexta-feira em Milão com Putin e com os principais líderes da União Europeia.

Poroshenko explicou que neste inverno "a Ucrânia terá gás, e terá calefação" graças a um acordo sobre o preço provisório do gás russo.

Ele disse que o acordo é "somente para o inverno", e que o preço será de 385 dólares por 1.000 metros cúbicos, quando o atual é de 485 dólares.

Depois do encontro em Milão, Putin falou de "avanços" e de um "acordo sobre as condições de retomada do fornecimento de gás" à Ucrânia, "pelo menos durante o inverno".

Divergências sobre a dívida

O porta-voz do empresa russo de energia Gazprom, Serguei Kuprianov, confirmou que há um acordo inicial sobre a retomada do fornecimento à Ucrânia, mas que precisa ser formalizado.

"Depende de outros fatores, incluindo o pagamento da dívida pela Ucrânia", declarou Kuprianov à AFP.

Putin disse na sexta-feira que a Ucrânia deve à Gazprom 4,5 bilhões de dólares. Kiev contestou o valor na Corte de Arbitragem de Estocolmo.

O porta-voz informou que a questão do abastecimento e da dívida ucraniana será discutida na terça-feira em Bruxelas, em uma reunião ministerial.

Para o verão, quando a demanda é menor, Kiev deseja um preço de 325 dólares por 1.000 m3, mas a proposta foi rejeitada por Moscou.

Em junho, a Gazprom cortou seu fornecimento de gás à Ucrânia, que não aceita o aumento do preço decretado por Moscou depois de as autoridades pró-ocidentais terem chegado ao poder em Kiev com a derrubada do presidente pró-russo Viktor Yanukovytch em fevereiro.

Moscou propõe há algum tempo o preço de 385 dólares por 1.000 metros cúbicos, mas a Ucrânia rejeita uma redução unilateral e pede um novo contrato comercial.

O ministro ucraniano de Energia, Yuri Prodan, afirmou no sábado que Moscou continua se negando a alterar o contrato comercial entre a Gazprom e a distribuidora ucraniana Naftogaz.

O embate preocupa a UE, que teme que seu abastecimento seja afetado em pleno inverno, caso a Ucrânia fique com o gás russo que passa pelo seu território para enfrentar uma eventual escassez.

No que se refere ao conflito no leste da Ucrânia, Poroshenko anunciou um acordo com a Rússia com o objetivo de restabelecer o controle total da fronteira pelos guardas ucranianos, que têm tido seu trabalho impossibilitado nas áreas controladas pelos separatistas pró-russos.

Na segunda e na terça-feira, serão feitas consultas entre representantes das guardas de fronteira dos dois países.

O presidente Poroshenko, que durante a campanha que o levou ao comando do país em junho prometeu restabelecer a paz no leste e normalizar as relações com a Rússia, está atualmente envolvido nas eleições legislativas antecipadas do próximo domingo, convocadas para consolidar seu poder com uma câmara pró-ocidental.

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O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, afirmou que seu país não passará frio no inverno graças a um acordo provisório com Vladimir Putin sobre a retomada do fornecimento de gás russo, a uma semana das eleições legislativas, que serão determinantes para o líder pró-ocidental em Kiev.

Poroshenko, um magnata do chocolate que chegou à Presidência do país em junho, anunciou também um acordo com Moscou para recuperar o pleno controle da fronteira entre Rússia e Ucrânia. Para Kiev, esta é uma condição fundamental para pacificar o leste do país, onde o conflito entre as forças armadas e os separatistas pró-russos deixaram mais de 3.600 mortos desde abril.

O presidente fez estes anúncios à tv ucraniana no sábado à noite, depois de ter se reunido na sexta-feira em Milão com Putin e com os principais líderes da União Europeia.

Poroshenko explicou que neste inverno "a Ucrânia terá gás, e terá calefação" graças a um acordo sobre o preço provisório do gás russo.

Ele disse que o acordo é "somente para o inverno", e que o preço será de 385 dólares por 1.000 metros cúbicos, quando o atual é de 485 dólares.

Depois do encontro em Milão, Putin falou de "avanços" e de um "acordo sobre as condições de retomada do fornecimento de gás" à Ucrânia, "pelo menos durante o inverno".

Divergências sobre a dívida

O porta-voz do empresa russo de energia Gazprom, Serguei Kuprianov, confirmou que há um acordo inicial sobre a retomada do fornecimento à Ucrânia, mas que precisa ser formalizado.

"Depende de outros fatores, incluindo o pagamento da dívida pela Ucrânia", declarou Kuprianov à AFP.

Putin disse na sexta-feira que a Ucrânia deve à Gazprom 4,5 bilhões de dólares. Kiev contestou o valor na Corte de Arbitragem de Estocolmo.

O porta-voz informou que a questão do abastecimento e da dívida ucraniana será discutida na terça-feira em Bruxelas, em uma reunião ministerial.

Para o verão, quando a demanda é menor, Kiev deseja um preço de 325 dólares por 1.000 m3, mas a proposta foi rejeitada por Moscou.

Em junho, a Gazprom cortou seu fornecimento de gás à Ucrânia, que não aceita o aumento do preço decretado por Moscou depois de as autoridades pró-ocidentais terem chegado ao poder em Kiev com a derrubada do presidente pró-russo Viktor Yanukovytch em fevereiro.

Moscou propõe há algum tempo o preço de 385 dólares por 1.000 metros cúbicos, mas a Ucrânia rejeita uma redução unilateral e pede um novo contrato comercial.

O ministro ucraniano de Energia, Yuri Prodan, afirmou no sábado que Moscou continua se negando a alterar o contrato comercial entre a Gazprom e a distribuidora ucraniana Naftogaz.

O embate preocupa a UE, que teme que seu abastecimento seja afetado em pleno inverno, caso a Ucrânia fique com o gás russo que passa pelo seu território para enfrentar uma eventual escassez.

No que se refere ao conflito no leste da Ucrânia, Poroshenko anunciou um acordo com a Rússia com o objetivo de restabelecer o controle total da fronteira pelos guardas ucranianos, que têm tido seu trabalho impossibilitado nas áreas controladas pelos separatistas pró-russos.

Na segunda e na terça-feira, serão feitas consultas entre representantes das guardas de fronteira dos dois países.

O presidente Poroshenko, que durante a campanha que o levou ao comando do país em junho prometeu restabelecer a paz no leste e normalizar as relações com a Rússia, está atualmente envolvido nas eleições legislativas antecipadas do próximo domingo, convocadas para consolidar seu poder com uma câmara pró-ocidental.

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