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Presidente da Venezuela aceita se reunir com oposição

Nicolás Maduro atende assim a pedido de uma delegação da Unasul que visita Caracas para acompanhar o diálogo entre ambos os setores


	O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, cumprimenta simpatizantes do governo: "se essa reunião for finalmente concretizada, será uma grande mensagem de paz", disse
 (AFP)

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, cumprimenta simpatizantes do governo: "se essa reunião for finalmente concretizada, será uma grande mensagem de paz", disse (AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de abril de 2014 às 08h04.

Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta segunda-feira que aceitou se reunir com representantes da oposição nesta terça, a pedido de uma delegação da Unasul que visita Caracas para acompanhar o diálogo entre ambos os setores.

"Tivemos uma conversa bastante ampla. Eles me propuseram fazer uma reunião amanhã (terça) com a delegação da oposição, e eu aceitei", disse Maduro, no final de um encontro de mais de uma hora com oito chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

Até o início da noite, a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) não havia confirmado presença nas negociações, mas os ministros das Relações Exteriores da Unasul estão reunidos com representantes da oposição visando possibilitar o diálogo.

"Se essa reunião (entre governo e oposição) for finalmente concretizada, será uma grande mensagem de paz, de democracia, do nosso país a todo o nosso povo", disse Maduro à imprensa no Palácio de Miraflores.

"Oxalá os dirigentes políticos da MUD não recuem e se sentem" para dialogar.

Maduro, que completa um ano de presidência no dia 14 de abril, revelou que será a Unasul a anunciar o local e a hora da reunião. "Estou certo de que a agenda será livre", afirmou.

O presidente antecipou que apresentará como prioridade do diálogo "abordar o plano de pacificação nacional" e que pedirá "à oposição que se some à luta contra a criminalidade" e a um "plano de investimentos e de desenvolvimento econômico" para o crescimento e o abastecimento.


Entre hoje e amanhã (terça), a comissão de diplomatas terá uma nova rodada de reuniões com diferentes setores da sociedade venezuelana, depois de ter visitado o país na última semana de março. Na visita anterior, a delegação conseguiu que Maduro e a oposição concordassem em que uma "testemunha" facilitasse o diálogo.

Um dos candidatos mais cotados pelos dois lados é o secretário de Estado do Vaticano e ex-núncio na Venezuela, Pietro Parolin.

Antes do anúncio do presidente, a coalizão opositora deu as boas-vindas aos chanceleres, mas advertiu que sua presença "será útil apenas se o governo se comprometer sinceramente com o diálogo". Os opositores também criticaram o discurso "tenazmente agressivo" de Maduro contra quem é desfavorável ao governo.

Maduro acusa a oposição de promover um golpe de Estado com os protestos, enquanto a MUD responsabiliza o governo pela detenção do líder do partido Vontade Popular, Leopoldo López, e de outros dois prefeitos, assim como pela cassação da deputada opositora María Corina Machado.

Os protestos, iniciados em 4 de fevereiro para exigir mais segurança após um ataque contra uma estudante, se alastraram por todo o país e tomaram outras bandeiras, como a crise econômica, a repressão policial e a prisão de estudantes e dirigentes da oposição.

A Venezuela é sacudida por uma onda de protestos contra a criminalidade, o desabastecimento e a inflação que em oito semanas já deixou 39 mortos, 600 feridos e mais de 100 denúncias de violações dos direitos humanos.

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