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Premiê da Ucrânia renuncia e Parlamento revoga leis

Deputados leais ao presidente, tentando acalmar manifestações, derrubaram leis antiprotestos que haviam aprovado há 12 dias

Apoiadores do presidente ucraniano Viktor Yanukovich levantam cartazes durante protesto em frente ao Parlamento, em Kiev (Konstantin Chernichkin/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2014 às 17h39.

Kiev - O primeiro-ministro ucraniano, Mykola Azarov, renunciou nesta terça-feira, enquanto deputados leais ao presidente Viktor Yanukovich, tentando acalmar as violentas manifestações populares, derrubaram leis antiprotestos que haviam aprovado há 12 dias.

As primeiras concessões reais de Yanukovich desde que a crise eclodiu há dois meses foi aplaudida por milhares de manifestantes na Praça da Independência, coração dos protestos em Kiev, a capital. Líderes da oposição disseram que vão continuar aproveitando a energia do povo nas ruas para obter mais conquistas.

"Nós temos que mudar não só o governo, mas as regras do jogo também", declarou o ex-boxeador que virou político Vitaly Klitschko. "Temos certeza de que a luta vai continuar", disse ele.

Azarov, de 66 anos, renunciou enquanto o Parlamento se reunia numa sessão de emergência para fechar um acordo que satisfizesse a oposição e encerrasse os protestos que já mataram seis pessoas.

Yanukovich aceitou rapidamente a renúncia do premiê e de seu gabinete. O primeiro vice-premiê Serhiy Arbuzov vai atuar como primeiro-ministro interino e outros ministros permanecerão em cargos provisórios até que um gabinete seja formado.

Azarov, um tenente leal a Yanukovich desde que o presidente foi eleito em fevereiro de 2010, disse que estava deixando o cargo para ajudar a encontrar um compromisso político "em prol de uma solução pacífica para o conflito".

Político linha-dura de origem russa, que se referiu aos manifestantes como "terroristas", Azarov foi humilhado publicamente no fim de semana depois que Yanukovich ofereceu o cargo dele ao ex-ministro da Economia Arseny Yatsenyuk, outro líder da oposição, em um esforço para conter os protestos crescentes contra seu governo.


A oposição vem exigindo de forma consistente a renúncia do governo de Azarov desde que a crise começou. Mas Yatsenyuk e outros líderes da oposição rejeitaram a oferta de Yanukovich, considerando uma armadilha destinada a comprometê-los na frente de seus partidários nas ruas.

Chefe do país fortemente endividado e em recessão, Azarov apoiou a decisão tomada em novembro de não assinar um pacto de livre comércio com a União Europeia, o que provocou grandes protestos em todo o país. Ele aumentou as tensões quando defendeu no Parlamento uma maior aproximação com a Rússia.

Revogação de Leis

O Parlamento teve nesta terça-feira uma sessão de emergência. Os ministros leais a Yanukovich haviam prometido pressionar pela declaração de um estado de emergência se os líderes da oposição não controlassem os manifestantes e acabassem com a ocupação de prédios municipais e governamentais em todo o país.

Mas depois, os aliados de Yanukovich, claramente sob pressão do presidente e de seus assessores para fazer mudar o discurso, votaram pela revogação da legislação antiprotesto que tinham aprovado em 16 de janeiro.

Foram essas leis, proibindo praticamente toda forma de protesto público, que provocaram confrontos violentos nas ruas entre ativistas radicais e policiais em que seis pessoas foram mortas.

"Essas decisões que o Parlamento adotou são boas, mas são apenas um pequeno progresso. Nós não vamos sair daqui até que o sistema e a Constituição sejam alterados", disse Ivan, de 45 anos, um manifestante da região de Lviv, em uma barricada no caminho da Praça da Independência.

A crise revelou uma divisão nítida na Ucrânia entre aqueles do leste, que falam russo e são a favor de laços mais fortes com a ex-líder soviética Rússia, e a população do oeste, que defende um melhor relacionamento com a UE.

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As primeiras concessões reais de Yanukovich desde que a crise eclodiu há dois meses foi aplaudida por milhares de manifestantes na Praça da Independência, coração dos protestos em Kiev, a capital. Líderes da oposição disseram que vão continuar aproveitando a energia do povo nas ruas para obter mais conquistas.

"Nós temos que mudar não só o governo, mas as regras do jogo também", declarou o ex-boxeador que virou político Vitaly Klitschko. "Temos certeza de que a luta vai continuar", disse ele.

Azarov, de 66 anos, renunciou enquanto o Parlamento se reunia numa sessão de emergência para fechar um acordo que satisfizesse a oposição e encerrasse os protestos que já mataram seis pessoas.

Yanukovich aceitou rapidamente a renúncia do premiê e de seu gabinete. O primeiro vice-premiê Serhiy Arbuzov vai atuar como primeiro-ministro interino e outros ministros permanecerão em cargos provisórios até que um gabinete seja formado.

Azarov, um tenente leal a Yanukovich desde que o presidente foi eleito em fevereiro de 2010, disse que estava deixando o cargo para ajudar a encontrar um compromisso político "em prol de uma solução pacífica para o conflito".

Político linha-dura de origem russa, que se referiu aos manifestantes como "terroristas", Azarov foi humilhado publicamente no fim de semana depois que Yanukovich ofereceu o cargo dele ao ex-ministro da Economia Arseny Yatsenyuk, outro líder da oposição, em um esforço para conter os protestos crescentes contra seu governo.


A oposição vem exigindo de forma consistente a renúncia do governo de Azarov desde que a crise começou. Mas Yatsenyuk e outros líderes da oposição rejeitaram a oferta de Yanukovich, considerando uma armadilha destinada a comprometê-los na frente de seus partidários nas ruas.

Chefe do país fortemente endividado e em recessão, Azarov apoiou a decisão tomada em novembro de não assinar um pacto de livre comércio com a União Europeia, o que provocou grandes protestos em todo o país. Ele aumentou as tensões quando defendeu no Parlamento uma maior aproximação com a Rússia.

Revogação de Leis

O Parlamento teve nesta terça-feira uma sessão de emergência. Os ministros leais a Yanukovich haviam prometido pressionar pela declaração de um estado de emergência se os líderes da oposição não controlassem os manifestantes e acabassem com a ocupação de prédios municipais e governamentais em todo o país.

Mas depois, os aliados de Yanukovich, claramente sob pressão do presidente e de seus assessores para fazer mudar o discurso, votaram pela revogação da legislação antiprotesto que tinham aprovado em 16 de janeiro.

Foram essas leis, proibindo praticamente toda forma de protesto público, que provocaram confrontos violentos nas ruas entre ativistas radicais e policiais em que seis pessoas foram mortas.

"Essas decisões que o Parlamento adotou são boas, mas são apenas um pequeno progresso. Nós não vamos sair daqui até que o sistema e a Constituição sejam alterados", disse Ivan, de 45 anos, um manifestante da região de Lviv, em uma barricada no caminho da Praça da Independência.

A crise revelou uma divisão nítida na Ucrânia entre aqueles do leste, que falam russo e são a favor de laços mais fortes com a ex-líder soviética Rússia, e a população do oeste, que defende um melhor relacionamento com a UE.

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