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Prédios são incendiados no Egito em protesto à condenação

21 pessoas que se envolveram em uma briga ao fim de uma partida de futebol no estádio de Port Saidb foram condenadas à morte

Manifestante joga cilindro de gás lacrimogêneo (©AFP / Gianluigi Guercia)
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Da Redação

Publicado em 9 de março de 2013 às 14h09.

Brasília - A sede da Associação de Futebol do Egito e edifícios da polícia, localizados em um mesmo bairro do Cairo, foram incendiados hoje (9), depois que um tribunal penal da capital do país confirmou a condenação à morte de 21 pessoas que se envolveram em uma briga ao fim de uma partida de futebol no estádio de Port Said, em fevereiro do ano passado. As sentenças haviam sido pronunciadas em janeiro.

A briga entre torcedores do time local, Al-Masry, e do Al-Ahly, do Cairo, deixou 74 mortos, a maioria do time da capital. O episódio foi considerado o mais violento da história do futebol egípcio e também resultou em uma onda de protestos na qual 16 pessoas morreram.

Ao todo, 73 pessoas foram acusadas de envolvimento no confronto. Além dos 21 condenados à morte, cinco réus foram sentenciados à prisão perpétua. Os demais acusados receberam penas menores ou foram absolvidos. Moradores de Port Said reclamam que as autoridades responsáveis pela segurança no jogo de futebol não foram levadas à Justiça e que os torcedores do Al-Masry condenados são bodes expiatórios.

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Para tentar conter a violência, agravada desde o anúncio da pena de morte aplicada aos 21 torcedores, o presidente Mouhamed Mursi decretou estado de emergência e toque de recolher nas cidades egípcias de Port Said, Ismailia e Suez. Parentes e amigos dos torcedores condenados tentaram invadir a prisão onde eles estão detidos e houve confronto com policiais.

Desde que os protestos em massa derrubaram o ex-presidente Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011, há conflitos entre polícia e civis no país. Muitas pessoas acreditam que a polícia de Port Said permitiu a violência contra os torcedores do time do Cairo para se vingar dos que participaram da derrubada de Mubarak. A polícia nega a acusação.

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