Portugal realiza eleição presidencial em meio a um forte surto de covid-19
Votação deste domingo pode ser afetada por segunda onda devastadora de covid-19 no país; eleitores devem levar caneta e desinfetantes próprios a locais de votação
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 24 de janeiro de 2021 às 09h45.
Última atualização em 24 de janeiro de 2021 às 09h46.
Portugal realiza eleição presidencial neste domingo, 24, em meio a uma segunda onda de covid-19 devastadora no país, o que pode afastar eleitores das urnas. O presidente em exercício, Marcelo Rebelo de Sousa, é considerado favorito para ganhar um segundo mandato de cinco anos, numa disputa que reúne sete candidatos.
O chefe de Estado em Portugal não tem poderes legislativos, que cabem ao parlamento e ao governo, mas é uma voz influente na gestão do país. Para vencer, um candidato deve obter mais de 50% dos votos.
Um forte aumento de infecções por coronavírus nos últimos dias pode levar a um baixo comparecimento dos eleitores às urnas e talvez levar a um segundo turno entre os dois principais candidatos, que ocorreria em 14 de fevereiro.
Portugal aumentou o número de sessões eleitorais e permitiu a votação antecipada, para reduzir aglomerações no dia da eleição. Os eleitores foram orientados a levarem suas próprias canetas e desinfetantes para a votação.
O país tem registrado elevadas taxas de novas infecções diárias e mortes por covid-19, de acordo com a contagem da Universidade Johns Hopkins, e o sistema de saúde pública está sob grande pressão.
Com o país confinado, a campanha eleitoral não contou com os habituais comícios ou outros grandes eventos públicos.
Rebelo de Sousa, que vem obtendo índices de aprovação consistentemente acima de 60%, é apontado como o favorito. Ex-líder do Partido Social-Democrata, de centro-direita, ele vem trabalhando em estreita colaboração com o governo de centro-esquerda, apoiando seus esforços contra a pandemia. Ele também se tornou querido pelos portugueses por seu estilo descontraído. Fotografias tiradas em locais públicos, como uma no ano passado em que ele estava na fila de um supermercado usando tênis e shorts, se tornaram populares no país.
Entre os seis adversários do atual presidente, o populista de direita André Ventura atraiu curiosidade como o primeiro extremista a entrar na política dominante portuguesa. Ele poderia chegar ao segundo lugar, provavelmente muito atrás de Rebelo de Sousa, mas conquistando um nível de apoio até recentemente impensável.
Portugal tem 10,8 milhões de eleitores registrados, cerca de 1,5 milhão dos quais vivem no exterior. As pesquisas de boca de urna devem ser publicadas na noite deste domingo.
Todos os presidentes portugueses desde 1976, quando o sufrágio universal foi introduzido após a queda de uma ditadura, foram reeleitos para um segundo mandato.