Políticas sociais da AL são insuficientes, diz relatório
Relatório feito por OCDE e Cepal pede investimentos em outras áreas para garantir o desenvolvimento da região
Da Redação
Publicado em 28 de outubro de 2011 às 14h29.
Assunção - As políticas sociais desenvolvidas nos últimos anos na América Latina são insuficientes para construir uma 'sociedade mais justa', afirmaram nesta sexta-feira a Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal) e a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) em relatório apresentado na XXI Cúpula Ibero-Americana, que está sendo realizada em Assunção, no Paraguai.
O documento, chamado 'Perspectivas Econômicas da América Latina 2012', diz que além da questão social, 'o Estado tem que fortalecer a qualidade e efetividade das políticas monetária e fiscal, assim como promover a educação, o investimento em infraestrutura e inovação e o desenvolvimento produtivo'.
'O grande ausente na América Latina nestas três últimas décadas foi o investimento, que é a chave-mestra para conectar o curto com o longo prazo', explicou Alicia Bárcena, secretária executiva da Cepal.
O relatório diz que o crescimento da região este ano e no próximo será baixo. Em 2011, ficará em cerca de 4,4%, e em 2012, em 4%.
'Não basta dizer que estamos crescendo mais. Ainda temos muito o que fazer', opinou o secretário-geral da OCDE, Ángel Gurría, que afirmou que os países latino-americanos devem 'aproveitar o momento para consolidar as conquistas dos últimos anos'.
O estudo assinala que os principais desafios na região são a melhoria da qualidade de vida e a redução das desigualdades, embora o porcentual da população que vive na pobreza tenha caído de 44% em 2002 a 33% em 2008.
'Um a cada três latino-americanos vive abaixo da linha da pobreza (180 milhões de pessoas) e dez economias da região continuam entre as 15 mais desiguais do mundo', explicou Gurría.
Segundo o documento, 'o Estado pode e deve desempenhar um papel fundamental' para o desenvolvimento pleno dos países por meio de políticas que ajudem à criação de 'empregos de qualidade', assim como à consolidação de 'sistemas fiscais sólidos, transparentes e justos'.
Para a Cepal e a OCDE, 'a economia internacional continua sendo a principal fonte de incerteza para a América Latina e o Caribe', principalmente porque a forte entrada de capitais, estimulada pelas altas taxas de juros da região, e as pressões inflacionárias e cambiais, põem em perigo as exportações de produtos manufaturados.
O relatório aponta ainda que os problemas fiscais na zona do euro 'poderiam causar sérios problemas no sistema financeiro internacional, incluídos os mercados emergentes', o que provocariam uma 'reversão dos fluxos de capitais' e geraria oscilações nas taxas de câmbio que contaminariam a economia real.
O documento ressalta que embora o principal objetivo a curto prazo deva ser se proteger da crise financeira mundial, os governos devem resolver 'problemas macroeconômicos e estruturais que limitam o desenvolvimento'.
Assunção - As políticas sociais desenvolvidas nos últimos anos na América Latina são insuficientes para construir uma 'sociedade mais justa', afirmaram nesta sexta-feira a Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal) e a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) em relatório apresentado na XXI Cúpula Ibero-Americana, que está sendo realizada em Assunção, no Paraguai.
O documento, chamado 'Perspectivas Econômicas da América Latina 2012', diz que além da questão social, 'o Estado tem que fortalecer a qualidade e efetividade das políticas monetária e fiscal, assim como promover a educação, o investimento em infraestrutura e inovação e o desenvolvimento produtivo'.
'O grande ausente na América Latina nestas três últimas décadas foi o investimento, que é a chave-mestra para conectar o curto com o longo prazo', explicou Alicia Bárcena, secretária executiva da Cepal.
O relatório diz que o crescimento da região este ano e no próximo será baixo. Em 2011, ficará em cerca de 4,4%, e em 2012, em 4%.
'Não basta dizer que estamos crescendo mais. Ainda temos muito o que fazer', opinou o secretário-geral da OCDE, Ángel Gurría, que afirmou que os países latino-americanos devem 'aproveitar o momento para consolidar as conquistas dos últimos anos'.
O estudo assinala que os principais desafios na região são a melhoria da qualidade de vida e a redução das desigualdades, embora o porcentual da população que vive na pobreza tenha caído de 44% em 2002 a 33% em 2008.
'Um a cada três latino-americanos vive abaixo da linha da pobreza (180 milhões de pessoas) e dez economias da região continuam entre as 15 mais desiguais do mundo', explicou Gurría.
Segundo o documento, 'o Estado pode e deve desempenhar um papel fundamental' para o desenvolvimento pleno dos países por meio de políticas que ajudem à criação de 'empregos de qualidade', assim como à consolidação de 'sistemas fiscais sólidos, transparentes e justos'.
Para a Cepal e a OCDE, 'a economia internacional continua sendo a principal fonte de incerteza para a América Latina e o Caribe', principalmente porque a forte entrada de capitais, estimulada pelas altas taxas de juros da região, e as pressões inflacionárias e cambiais, põem em perigo as exportações de produtos manufaturados.
O relatório aponta ainda que os problemas fiscais na zona do euro 'poderiam causar sérios problemas no sistema financeiro internacional, incluídos os mercados emergentes', o que provocariam uma 'reversão dos fluxos de capitais' e geraria oscilações nas taxas de câmbio que contaminariam a economia real.
O documento ressalta que embora o principal objetivo a curto prazo deva ser se proteger da crise financeira mundial, os governos devem resolver 'problemas macroeconômicos e estruturais que limitam o desenvolvimento'.