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Políticas sociais da AL são insuficientes, diz relatório

Relatório feito por OCDE e Cepal pede investimentos em outras áreas para garantir o desenvolvimento da região

Angel Gurria, secretário geral da OCDE: 'Não basta dizer que estamos crescendo mais. Ainda temos muito o que fazer', (Eric Piermont/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2011 às 14h29.

Assunção - As políticas sociais desenvolvidas nos últimos anos na América Latina são insuficientes para construir uma 'sociedade mais justa', afirmaram nesta sexta-feira a Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal) e a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) em relatório apresentado na XXI Cúpula Ibero-Americana, que está sendo realizada em Assunção, no Paraguai.

O documento, chamado 'Perspectivas Econômicas da América Latina 2012', diz que além da questão social, 'o Estado tem que fortalecer a qualidade e efetividade das políticas monetária e fiscal, assim como promover a educação, o investimento em infraestrutura e inovação e o desenvolvimento produtivo'.

'O grande ausente na América Latina nestas três últimas décadas foi o investimento, que é a chave-mestra para conectar o curto com o longo prazo', explicou Alicia Bárcena, secretária executiva da Cepal.

O relatório diz que o crescimento da região este ano e no próximo será baixo. Em 2011, ficará em cerca de 4,4%, e em 2012, em 4%.

'Não basta dizer que estamos crescendo mais. Ainda temos muito o que fazer', opinou o secretário-geral da OCDE, Ángel Gurría, que afirmou que os países latino-americanos devem 'aproveitar o momento para consolidar as conquistas dos últimos anos'.

O estudo assinala que os principais desafios na região são a melhoria da qualidade de vida e a redução das desigualdades, embora o porcentual da população que vive na pobreza tenha caído de 44% em 2002 a 33% em 2008.

'Um a cada três latino-americanos vive abaixo da linha da pobreza (180 milhões de pessoas) e dez economias da região continuam entre as 15 mais desiguais do mundo', explicou Gurría.

Segundo o documento, 'o Estado pode e deve desempenhar um papel fundamental' para o desenvolvimento pleno dos países por meio de políticas que ajudem à criação de 'empregos de qualidade', assim como à consolidação de 'sistemas fiscais sólidos, transparentes e justos'.

Para a Cepal e a OCDE, 'a economia internacional continua sendo a principal fonte de incerteza para a América Latina e o Caribe', principalmente porque a forte entrada de capitais, estimulada pelas altas taxas de juros da região, e as pressões inflacionárias e cambiais, põem em perigo as exportações de produtos manufaturados.

O relatório aponta ainda que os problemas fiscais na zona do euro 'poderiam causar sérios problemas no sistema financeiro internacional, incluídos os mercados emergentes', o que provocariam uma 'reversão dos fluxos de capitais' e geraria oscilações nas taxas de câmbio que contaminariam a economia real.

O documento ressalta que embora o principal objetivo a curto prazo deva ser se proteger da crise financeira mundial, os governos devem resolver 'problemas macroeconômicos e estruturais que limitam o desenvolvimento'.

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Assunção - As políticas sociais desenvolvidas nos últimos anos na América Latina são insuficientes para construir uma 'sociedade mais justa', afirmaram nesta sexta-feira a Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal) e a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) em relatório apresentado na XXI Cúpula Ibero-Americana, que está sendo realizada em Assunção, no Paraguai.

O documento, chamado 'Perspectivas Econômicas da América Latina 2012', diz que além da questão social, 'o Estado tem que fortalecer a qualidade e efetividade das políticas monetária e fiscal, assim como promover a educação, o investimento em infraestrutura e inovação e o desenvolvimento produtivo'.

'O grande ausente na América Latina nestas três últimas décadas foi o investimento, que é a chave-mestra para conectar o curto com o longo prazo', explicou Alicia Bárcena, secretária executiva da Cepal.

O relatório diz que o crescimento da região este ano e no próximo será baixo. Em 2011, ficará em cerca de 4,4%, e em 2012, em 4%.

'Não basta dizer que estamos crescendo mais. Ainda temos muito o que fazer', opinou o secretário-geral da OCDE, Ángel Gurría, que afirmou que os países latino-americanos devem 'aproveitar o momento para consolidar as conquistas dos últimos anos'.

O estudo assinala que os principais desafios na região são a melhoria da qualidade de vida e a redução das desigualdades, embora o porcentual da população que vive na pobreza tenha caído de 44% em 2002 a 33% em 2008.

'Um a cada três latino-americanos vive abaixo da linha da pobreza (180 milhões de pessoas) e dez economias da região continuam entre as 15 mais desiguais do mundo', explicou Gurría.

Segundo o documento, 'o Estado pode e deve desempenhar um papel fundamental' para o desenvolvimento pleno dos países por meio de políticas que ajudem à criação de 'empregos de qualidade', assim como à consolidação de 'sistemas fiscais sólidos, transparentes e justos'.

Para a Cepal e a OCDE, 'a economia internacional continua sendo a principal fonte de incerteza para a América Latina e o Caribe', principalmente porque a forte entrada de capitais, estimulada pelas altas taxas de juros da região, e as pressões inflacionárias e cambiais, põem em perigo as exportações de produtos manufaturados.

O relatório aponta ainda que os problemas fiscais na zona do euro 'poderiam causar sérios problemas no sistema financeiro internacional, incluídos os mercados emergentes', o que provocariam uma 'reversão dos fluxos de capitais' e geraria oscilações nas taxas de câmbio que contaminariam a economia real.

O documento ressalta que embora o principal objetivo a curto prazo deva ser se proteger da crise financeira mundial, os governos devem resolver 'problemas macroeconômicos e estruturais que limitam o desenvolvimento'.

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