Le Pen: a candidata de extrema direita aparece empatada em primeiro lugar com Emmanuel Macron, do centro (Robert Pratta/Reuters)
Marina Demartini
Publicado em 14 de abril de 2017 às 13h22.
Paris -- A corrida presidencial da França pareceu ficar mais acirrada nesta sexta-feira, nove dias antes do início da votação, depois que uma pesquisa de opinião mostrou os quatro candidatos principais com chances de chegar ao segundo turno, disputado pelos dois mais votados.
A sondagem Ipsos-Sopra Sterna feita para o jornal Le Monde colocou Emmanuel Macron, de centro, e Marine Le Pen, líder da extrema-direita, empatados com 22 por cento cada no primeiro turno de 23 de abril, seguidos pelo candidato de extrema-esquerda Jean-Luc Mélenchon e o conservador François Fillon, com 20 e 19 por cento, respectivamente.
A distância de 3 pontos percentuais entre os quatro está dentro da margem de erro, o que insinua uma disputa bastante indefinida.
Macron deve vencer qualquer um de seus adversários caso vá para a rodada decisiva de 7 de maio, mas a tendência mais notável dos últimos dias é a ascensão rápida de Mélenchon nas intenções de voto na esteira de seu bom desempenho em dois debates na televisão no final de março e início de abril.
Uma segunda pesquisa divulgada nesta sexta-feira mostrou uma diferença de seis pontos percentuais separando os quatro favoritos do total de 11 candidatos à Presidência. O levantamento diário da empresa Opinionway mostrou Macron na liderança, com 23 por cento, e Mélenchon na retaguarda, com 17 por cento.
Mas o progresso de Mélenchon preocupa os investidores em razão de sua hostilidade à União Europeia e aos seus planos de revogar reformas trabalhistas pró-empresariado. As enquetes apontam que, se chegar ao segundo turno, ele pode derrotar Fillon ou Le Pen.
As pesquisas vêm reiterando que Le Pen, que também repudia a UE e quer descartar o euro, não venceria nenhum candidato na decisão do mês que vem.
Os juízes que estão investigando Le Pen por suposto mal uso de fundos do bloco para pagar assessores partidários pediram a suspensão de sua imunidade parlamentar, mas os problemas legais não a prejudicaram tanto nas sondagens quanto as alegações de nepotismo que abalaram a campanha de Fillon.
A pesquisa do Le Monde foi realizada nos dias 12 e 13 de abril com 1.509 entrevistados.