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Peru entrega aos EUA pedido de extradição de Alejandro Toledo

Ex-presidente peruano enfrenta ordem de prisão preventiva e apresentou pedido de habeas corpus que será votado em 12 de junho

Alejandro Toledo: ex-diretor da Odebrecht no Peru disse que pagou propina ao ex-presidente em troca de benefícios na licitação de trechos da Estrada Interoceânica Sul (Guadalupe Pardo/Reuters)
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EFE

Publicado em 25 de maio de 2018 às 22h43.

Lima - O Ministério das Relações Exteriores do Peru entregou nesta sexta-feira ao Departamento de Estado dos Estados Unidos um pedido de extradição do ex-presidente Alejandro Toledo, acusado de ter recebido propinas da construtora Odebrecht .

O governo do Peru disse em comunicado que fez o pedido com base no tratado de extradição entre os dois países. A embaixada do país em Washington agora aguarda a avaliação que será feita pelos autoridades americanas e a posterior extradição de Toledo.

O advogado peruano Heriberto Benítez, um dos defensores de Toledo, considerou que houve "celeridade" do governo ao enviar o pedido de extradição. Era preciso esperar, na avaliação da defesa do ex-presidente, o julgamento de um pedido de habeas corpus que pede a anulação da prisão preventiva de 18 meses contra ele.

A Corte Superior de Justiça anunciou ontem que avaliará o recurso apresentado pela defesa do ex-presidente no próximo dia 12 de junho.

Em março, após a aprovação do envio do pedido de extradição, Toledo negou ter recebido US$ 20 milhões da Odebrecht e acusou a Justiça do Peru de estar "vendida" e "politizada".

O ex-presidente, que permanece nos EUA desde o início das investigações, nega as acusações de Jorge Barata, ex-diretor da Odebrecht no Peru, que disse que pagou propina a Toledo em troca de benefícios na licitação de trechos da Estrada Interoceânica Sul.

Barata disse a promotores peruanos que o dinheiro foi entregue em parcelas, entre 2004 e 2014, por meio de contas de Josef Maiman, amigo de Toledo. O empresário revelou à Justiça que emprestou suas contas bancárias para o ex-presidente receber a propina.

Toledo foi investigado nos últimos anos pelas compras de imóveis avaliados em quase US$ 5 milhões em Lima com recursos da empresa Ecoteva, criada por Maiman, e sua sogra, Eva Fernenbug.

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