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Para Maduro, País enfrenta campanha para dividir continente

Presidente venezuelano falou que enfrenta “uma tremenda campanha que busca gerar violência no país"

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, concede entrevista coletiva no Palácio de Miraflores, em Caracas, nesta sexta-feira (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, concede entrevista coletiva no Palácio de Miraflores, em Caracas, nesta sexta-feira (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 21 de fevereiro de 2014 às 22h35.

Bogotá - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse hoje (22) que a América Latina enfrenta uma campanha da direita internacional para dividir o continente e também uma campanha dos meios de comunicação estrangeiros que “veiculam a imagem de que o país está à beira de uma guerra civil”.

Em uma conversa com correspondentes internacionais no fim da tarde, Maduro falou que enfrenta “uma tremenda campanha que busca gerar violência no país”, que vai contra a “revolução bolivariana”, e que, em última instância, quer dividir a região.

“Os presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, do Chile, Sebastián Piñera, e do Panamá, Ricardo Martinelli, se deixaram levar pela pressão do Departamento de Estado dos Estados Unidos”, disse. Os três chefes de Estado deram declarações esta semana defendendo o direito de manifestação e pediram que o governo Maduro dialogasse com a oposição.

Maduro também citou nomes de empresas de comunicação que, na visão dele, estariam à serviço de “gerar violência no país”. “É isso [provocar uma guerra] que alguns canais internacionais como a CNN, Telemundo, Univision e Fox New querem mostrar”.

O presidente voltou a dizer que existe uma campanha mundial contra o país, com a qual se pretende justificar uma intervenção de alguma força externa nos assuntos internos da Venezuela. O presidente também convocou o presidente norte-americano Barack Obama para dialogar.

“Convoco você, presidente Obama, a um diálogo e designo o chanceler Elías Jaua para conversar com John Kerry [secretário de Estado norte-americano]. Aceite o desafio”, disse. Ele acusou o governo dos Estados Unidos de ter dado “luz verde” para um plano para retirá-lo do poder. “Ainda que neguem umas mil vezes, sei que isso aconteceu”.

No campo interno, Maduro também disse que não protegerá a ninguém que tenha usado armas nos recentes protestos no país. “Inclusive se são funcionários público, ou seguidores do chavismo”, disse. “Não protejo a ninguém que dispare em alguém durante manifestação”.

O presidente ressaltou que os funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) que atuaram contra manifestantes no último dia 12 desobedeceram a ordem de voltarem ao quartel e permaneceram nas ruas.

“Pedi que ninguém saísse às ruas e muito menos com armas. E saíram com armas. Isso se parece muito com o formato do golpe de Estado de 2002. Eu estou investigando tudo isso e se descobrirmos elementos de que há conspiradores dentro do governo ou de que se tenha comprado algum funcionário, eu revelaria ao país”, disse.

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