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Para 60% dos afegãos, acordo com talibã é ruim para mulher

A pesquisa revelou também que 20% dos entrevistados acreditam que Washington e Ocidente são os maiores beneficiados do conflito que atinge o Afeganistão

Afeganistão: para 31% dos perguntados, fraqueza do governo é a principal causa para que o diálogo de paz não tenha dado frutos até agora (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de março de 2016 às 11h03.

Cabul - Cerca de 60% dos afegãos acreditam que um acordo com os insurgentes comprometeria a situação da mulher, embora mais de 70% pensam que há falta de "consenso sobre a paz com os talibãs " entre as autoridades do país, segundo uma pesquisa do Instituto Afegão de Estudos Estratégicos divulgada nesta segunda-feira em Cabul.

Para 31% dos perguntados, fraqueza do governo é a principal causa para que o diálogo de paz não tenha dado frutos até agora, enquanto 34% culpam a intromissão de países vizinhos, segundo a pesquisa realizada em 15 das 34 províncias do país do 12 de dezembro a 12 de janeiro.

A data de início do estudo, realizado com 1.540 pessoas, coincidiu com a realização em Islamabad de uma cúpula internacional para identificar saídas ao conflito afegão e que derivou na criação do Grupo a Quatro, formado por Paquistão, China, Estados Unidos e Afeganistão para guiar um processo de paz no país.

A pesquisa revelou também que 20% dos entrevistados acreditam que Washington e Ocidente são os maiores beneficiados do conflito que atinge o Afeganistão desde a queda do regime talibã com a invasão americana em 2001.

Quase metade acusa o "Paquistão e os países da região", enquanto 28% afirmaram que os talibãs lutam para "assegurar os interesses" de Islamabad.

Os insurgentes são considerados o segundo obstáculo principal para conseguir a paz no Afeganistão de acordo com 20% da população, atrás da frágil administração e da corrupção (34%).

Outros aspectos que evitaram a ansiada paz, segundo os indagados, são o nacionalismo e tribalismo (11,4%); pobreza e analfabetismo (11,2%); drogas e senhores da guerra (8,2%) e tropas internacionais (6 %).

Na última reunião do G4, no final de fevereiro, foi acordada a convocação de uma reunião direta entre Cabul e os insurgentes para a primeira semana de março, que esperava que reativasse um processo suspenso desde que em julho foi anunciada a morte do fundador do movimento talibã, o mulá Omar.

No entanto, os talibãs, liderados pelo mulá Mansur, rejeitaram participar dessas conversas até que haja condições como a retirada das tropas estrangeiras do país, apesar de recentemente admitirem que conversar com os Estados Unidos é "necessário" para acabar com o conflito que vive o país.

Os Estados Unidos mantêm cerca de 9,8 mil soldados no Afeganistão, dos quais metade permanecerão além do final do mandato do presidente americano, Barack Obama, em janeiro de 2017.

Desde que finalizou sua missão de combate em 2014, a Otan mantém, por sua vez, outra missão de capacitação com cerca de 4 mil soldados, que triplicará até 12 mil devido à crescente insegurança no país.

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Cabul - Cerca de 60% dos afegãos acreditam que um acordo com os insurgentes comprometeria a situação da mulher, embora mais de 70% pensam que há falta de "consenso sobre a paz com os talibãs " entre as autoridades do país, segundo uma pesquisa do Instituto Afegão de Estudos Estratégicos divulgada nesta segunda-feira em Cabul.

Para 31% dos perguntados, fraqueza do governo é a principal causa para que o diálogo de paz não tenha dado frutos até agora, enquanto 34% culpam a intromissão de países vizinhos, segundo a pesquisa realizada em 15 das 34 províncias do país do 12 de dezembro a 12 de janeiro.

A data de início do estudo, realizado com 1.540 pessoas, coincidiu com a realização em Islamabad de uma cúpula internacional para identificar saídas ao conflito afegão e que derivou na criação do Grupo a Quatro, formado por Paquistão, China, Estados Unidos e Afeganistão para guiar um processo de paz no país.

A pesquisa revelou também que 20% dos entrevistados acreditam que Washington e Ocidente são os maiores beneficiados do conflito que atinge o Afeganistão desde a queda do regime talibã com a invasão americana em 2001.

Quase metade acusa o "Paquistão e os países da região", enquanto 28% afirmaram que os talibãs lutam para "assegurar os interesses" de Islamabad.

Os insurgentes são considerados o segundo obstáculo principal para conseguir a paz no Afeganistão de acordo com 20% da população, atrás da frágil administração e da corrupção (34%).

Outros aspectos que evitaram a ansiada paz, segundo os indagados, são o nacionalismo e tribalismo (11,4%); pobreza e analfabetismo (11,2%); drogas e senhores da guerra (8,2%) e tropas internacionais (6 %).

Na última reunião do G4, no final de fevereiro, foi acordada a convocação de uma reunião direta entre Cabul e os insurgentes para a primeira semana de março, que esperava que reativasse um processo suspenso desde que em julho foi anunciada a morte do fundador do movimento talibã, o mulá Omar.

No entanto, os talibãs, liderados pelo mulá Mansur, rejeitaram participar dessas conversas até que haja condições como a retirada das tropas estrangeiras do país, apesar de recentemente admitirem que conversar com os Estados Unidos é "necessário" para acabar com o conflito que vive o país.

Os Estados Unidos mantêm cerca de 9,8 mil soldados no Afeganistão, dos quais metade permanecerão além do final do mandato do presidente americano, Barack Obama, em janeiro de 2017.

Desde que finalizou sua missão de combate em 2014, a Otan mantém, por sua vez, outra missão de capacitação com cerca de 4 mil soldados, que triplicará até 12 mil devido à crescente insegurança no país.

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